Minicursos

Lista de minicursos (sujeita a alteração pela comissão organizadora ou pelos ministrantes)


OBS: vagas limitadas


Minicurso 1 – Literatura de São Tomé: contradições e consciências
Ministrante: Prof. Dra. Sarah Forte (UNILAB)

Resumo: Este minicurso objetiva apresentar as bases da literatura santomense, refletir sobre os temas e a ideologia das poesias de Marcelo Veiga, além de discutir os aspectos neorrealistas, negritudinistas e nacionalistas da poesia de tenreiro. Objetiva ainda discutir os principais poetas ligados à casa dos estudantes do império e a ficção heterogênea de Sum Marky. Por fim, objetiva refletir sobre a atual literatura santomense.


Minicurso 2: O Brasil e a formação das literaturas africanas de língua portuguesa (VAGAS ESGOTADAS)
Ministrante: Prof. Dra. Sueli Saraiva (UNILAB)

Resumo: O minicurso fornecerá um quadro introdutório da formação das literaturas dos países africanos, especialmente Angola, Moçambique e Cabo Verde, destacando a importância da presença brasileira no processo. Os laços culturais, que ultrapassaram as relações escravagistas entre o Brasil e o continente africano, tiveram início ainda nos séculos XVIII e XIX, mas ganharam força no século XX, quando os escritores africanos iniciaram um ciclo de revolta cultural e política contra a colonização europeia, passando a observar mais atentamente a sociedade e a literatura brasileiras.  Serão apresentados os principais autores e obras que, em determinados momentos, estabeleceram explicitamente um diálogo com o Brasil, como foi o caso de poetas caboverdianos em torno da Revista Claridade; do “pai” e “mãe” da poesia moçambicana, José Craveirinha e Noémia de Sousa, e da prosa angolana de Luandino Vieira, revolucionada por uma linguagem “liberada por Guimarães Rosa”.

Minicurso 3: A pesquisa sociolinguística: métodos de coleta de dados (VAGAS ESGOTADAS)
Ministrante: Prof Dr. Fábio Fernandes Torres (UNILAB)

Resumo: Considerando a clássica definição de Sociolinguística como o estudo da língua no contexto social (TRUDGILL, 1974) e o pressuposto de que as línguas estão em constante processo de variação e mudança, de modo que pessoas de origem geográfica, idade, sexo, escolaridade e profissão diferentes, em determinado período da história da língua, falam de modo diferente, e essa diferença pode ser sistematizada, este minicurso tem por objetivo proporcionar aos participantes a apropriação de importantes conceitos da Sociolinguística e, a partir deles, discutir métodos de coleta de dados em uma comunidade de fala particular. Sob esse aspecto, trataremos de temas como: comunidade de fala, regra variável, variantes, seleção de informantes, grupo de fatores, composição de banco de dados

Minicurso 4: Modalidade e argumentação (VAGAS ESGOTADAS)
Ministrante: Prof. Dra. Cláudia Carioca (UNILAB) e Prof. Dra. Izabel Larissa (UNILAB)

Resumo: A argumentação está presente em quase tudo que dizemos ou escrevemos. Toda vez que, em uma conversa, expressamos nossas opiniões, avaliações e julgamentos sobre os fatos ou ideias, estamos, de uma forma ou de outra, tentando persuadir nosso “auditório”, procurando levá-lo a assumir nosso ponto de vista, ou seja, fazê-lo concordar conosco. Embora seja tarefa corriqueira, o sucesso da argumentação não depende apenas de nossa habilidade lógica de concatenar fatos ou evidências em prol de uma tese (proposição), mas está relacionado também à nossa competência comunicativa, ou seja, nossa capacidade de mobilizar estratégias linguísticas eficientes e pertinentes ao contexto de interação verbal. Dentro dessa dimensão dinâmica e interativa de linguagem, a modalidade, definida como uma forma de o falante/escritor indicar seu engajamento, seu comprometimento, seu distanciamento, seu grau de (in)certeza com relação àquilo que diz, exerce papel fundamental na construção/interpretação de discursos argumentativos. As marcas modalizadoras constituem estratégias promotoras de efeitos de sentido ligados às noções de objetividade, subjetividade, necessidade, possibilidade, obrigação; valores constitutivos da natureza polêmica dos discursos argumentativos. Tendo em vista, portanto, uma concepção funcional e retórica da modalidade, este minicurso objetiva apresentar um panorama sobre a categoria modalidade e discutir seus efeitos de sentido construídos em discursos argumentativos, proporcionando aos participantes um entendimento acerca da relevância do uso linguístico consciente desta categoria.

Minicurso 5: Poesia e Corporalidade (VAGAS ESGOTADAS)
Ministrante: Prof. Dr. André Telles (UNILAB)

Resumo: O corpo como suporte para a poesia. Panorama geral das relações entre corpo e poesia, desde o fim da Idade Média até os dias atuais. Do Trovadorismo à corpoesia de saraus, recitais e Slams contemporânea.

Minicurso 6: O ensino da oralidade e da escrita na escola (VAGAS ESGOTADAS)
Ministrante: Prof. Dra. Meire Virginia (UNILAB)

Resumo: Este minicurso tem por finalidade discutir o papel das modalidades oral e escrita da língua, não concebida apenas como instrumento de comunicação, mas como formas de interação social. Para isso, partimos do pressuposto que não há supremacia entre uma e outra, mas especificidades que as tornam diferentes e importantes. O fato de serem distintas não significa que uma deva ser ensinada e a outra não, pois o domínio da língua, em todas as suas instâncias, é um dos mais poderosos recursos para o desenvolvimento dos alunos. Em vista disso, acreditamos que a partir do momento em que forem propiciadas situações didáticas significativas para a construção e desenvolvimento de textos orais e escritos em sala de aula, será possível ampliar a potencialidade dos estudantes no que diz respeito ao uso efetivo da língua nas mais diversas situações.

Minicruso 7: Literatura e meio ambiente
Ministrante: Prof. Dra. Izabel Cristina (UNILAB)


Resumo: O minicurso tem como objetivo apresentar os pressupostos da ecocrítica (Greg Gaarad, 2005), chave de leitura de questões ambientais representadas em obras literárias, em seus diversos gêneros de apresentação (letras de música; poesia; narrativas, em geral).

Minicurso 8: Literatura, representação e construção social da realidade (VAGAS ESGOTADAS)
Ministrante: Prof. Dr. Rodrigo Ordine (UNILAB)

Resumo: A questão da representação sempre foi um debate teórico de grande importância para os estudos das teorias da literatura. A possibilidade (ou não) da arte literária de representar a realidade na qual ela é produzida, contudo, tem passado por revisitações teóricas bastante radicais desde as mudanças epistemológicas propostas pelas teorias pós-estruturalistas. Este minicurso pretende, portanto, problematizar a representação literária a partir de debates sobre o próprio conceito de representação e sobre o conceito que a embasa, a realidade, partindo da hipótese de que esse “real” cotidiano e banal é de fato institucionalizado e mantido por processos de construção que se assemelham, em grande parte, à própria construção do discurso literário.

Minicurso 9: A construção da argumentação em textos organizacionais e políticos
Ministrantes: Prof. Dra. Elizabeth Linhares Catunda e Prof. Dr. José Olavo da Silva Garantizado Júnior

Resumo: A pesquisa em tela tem como objetivo apresentar diferentes perspectivas teóricas sobre o fenômeno da argumentação, considerando-se como esta se constrói e quais as principais técnicas utilizadas no processo de elaboração de textos argumentativos do discurso organizacional e político. O aparato teórico de nosso trabalho terá como base, para a análise dos textos organizacionais, as considerações de  Voese (2008), Ducrot (1999) e Pêucheux (1990),  imprescindíveis para a compreensão dos elementos que permeiam o discurso organizacional e que servem para entender o imaginário organizacional moderno, principalmente, no que diz respeito às relações de trabalho nas organizações empresariais; já para a análise da argumentação no discurso político, será usada a proposta teórica de Garantizado Júnior (2015), na qual a construção da argumentação se dá por intermédio de Elementos Externos ao texto  (aspectos sócio-históricos e aspectos situacionais específicos), Componente Genérico (as influências do gênero ), Componente Sequencial (os aspectos organizacionais e sequenciais) e Componente Retórico (as técnicas argumentativas e a construção das imagens dos locutores no discurso). Os resultados apontam que os locutores necessitam compreender a importância da adequação de suas técnicas argumentativas nas mais diversificadas situações de uso (relações de trabalho ou discursos políticos).

Minicurso 10: Gêneros textuais nas redes sociais da WEB
Ministrantes: Prof. Dra. Camila Peixoto e Prof. Dra. Leidiane Tavares

Resumo: O minicurso tem como objetivo discutir os gêneros textuais emergentes nas redes sociais da web – Facebook e Instagram, no caso específico de nossa proposta – a partir das orientações do Interacionismo Sócio-Discursivo (BRONCKART, 2004, 1997), que entende os gêneros como modelos de funcionamento dos discursos, levando em consideração aspectos como o lugar de produção, o emissor, o receptor e o momento de produção (representação do mundo físico), além das representações do contexto sócio-subjetivo que também pressupõe quatro parâmetros: o lugar social, o papel social do enunciador e do destinatário, o objetivo e o conteúdo temático. Desse modo, trabalharemos os gêneros textuais emergentes nas redes sociais da web, com ênfase nos memes, de modo a caracterizá-los, como defendido por Lima-Neto (2014), por uma certa recorrência de padrões já reconhecidos, aceitos e praticados socialmente e, por outro lado, também pela composição de elementos amorfos, em processo de moldagem e de absorção pela comunidade que a rede social constitui, caracterizados pelo processo de remix, pelo acabamento, pelos links, pela rápida saturação, pela falta de consenso sobre o nome e pela falta de consenso sobre os propósitos dos gêneros.

Minicurso 11 – Gramática Sistêmico-Funcional (GSF): uma ferramenta de descrição e análise linguísticas para se abordar a língua como uma forma de prática social
Ministrantes: Prof Dr. Vilmar de Souza (IFCE-Crateús) e Grupo GSF Sertões (IFCE-Crateús)

Olhar para a língua como uma forma de prática social implica, necessariamente, levar em consideração seu uso em contextos reais de produção, o que significa investigar, simultaneamente, não apenas as escolhas léxico-gramaticais dos falantes e escritores, mas também relacionar essas escolhas com seus contextos de situação e de cultura (HALLIDAY; MATTHIESSEN 2014; FUZER; CABRAL, 2014; DESOUZA, 2015). Desse modo, trataremos neste minicurso de apresentar a GSF nessa dimensão dual de descrição e de análise, focando em suas três metafunções, a saber, a ideacional, a interpessoal e a textual, bem como em seus respectivos sistemas de realização, a transitividade, o modo e modalidade e o tema e rema. Concomitante a essa dimensão descritiva, a dimensão de análise se concentra nos conceitos de contexto de situação, com suas três variáveis de análise, o campo, as relações e o modo, além de enfatizar o construto de contexto de cultura, cuja análise recai sobre o conceito de ideologia, a partir de DeSouza (2015).

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