Caderno de Resumos

CADERNO DE RESUMOS









SECA: LITERATURA, ARTE E ESCRITA

Alaide Angelica de Menezes Cabral CARVALHO (UERN)
Daniele Ramalho PEREIRA

RESUMO: Nosso trabalho tem como objetivo principal desenvolver habilidades de leitura literária, (re) escrita de texto e revisão com base nos romances Morte e Vida Severina, Vidas Secas e O quinze que abordam a temática da seca, relacionando-as com obras artísticas de Candido Portinari, Joan Miró e Mestre Vitalino. Para isso, utilizaremos como aporte teórico os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s, os PCN+ Ensino Médio e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio e também alguns teóricos como Antonio Candido (2000), Leyla Perrone-Moisés (2000), e outros que possibilitem fundamentar esse trabalho. A proposta didática para o ensino de leitura faz uso da interdisciplinaridade – Ensino de Artes e de Literatura. Ao fazer uso dessas duas formas de expressão humana no ensino, buscamos fazer com que os alunos compreendam a temática trabalhada e percebam a importância do texto literário e das obras artísticas para a sua formação. Consideramos necessária essa abordagem tendo em vista aperfeiçoar as competências linguísticas de leitura e escrita, desenvolvimento intelectual, pensamento crítico e formação ética e cidadã.

PALAVRAS-CHAVE: Proposta de Ensino; Literatura; Artes; Escrita.



LITERATURA EM PADRE ANTÔNIO VIEIRA: A RETÓRICA E A ARTE NO SERMÃO DA SEXAGÉSIMA.

Ana Célia Nunes de LIMA (UFCG)
Antônia Beserra da SILVA

RESUMO: O presente trabalho visa expor o poder da persuasão através da retórica no discurso de Padre Antônio Vieira dentro do sermão da sexagésima, sendo esse estilo discursivo um elemento responsável pelo aumento da capacidade de argumentar para convencer, desse modo, temos dentro do sermão um estilo literário capaz de captar a atenção integral do interlocutor. Assim, para compreender a mensagem central do sermão da sexagésima e identificar a arte literária presente nessa obra, faz-se necessário uma explanação do texto discutido, bem como, cada uma de suas partes, apresentando assim, aspectos relevantes nos quais identificaremos as estratégias comunicativas utilizadas, sendo essas, as imagens e metáforas criadas por ele que tornam o sermão da sexagésima um texto literário de relevante contexto artístico, já que este é um dos pontos importantes no enfoque do presente estudo. Para isso, nos baseamos nos conceitos teóricos, de retórica, Massaud(1928), Matosso(1997), Saraiva(1989), afim de criarmos uma ponte entre o texto e os diversos sentidos a ele estabelecidos.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura, Arte, Sermão, Retórica.



NARRATIVAS SOBRE O CALDEIRÃO DO BEATO JOSÉ LOURENÇO, A LITERATURA DE CORDEL E A BUSCA PELO EFEITO DE REAL

Ana Cláudia Veras SANTOS (UFC)

RESUMO: A história da seca na literatura de cordel sobre o Caldeirão, a partir dos anos 1970, traz reflexões acerca da comunidade liderada pelo beato José Lourenço que o enaltecem e acusam segmentos governamentais de abandonarem o povo à própria sorte, naqueles idos de 1930, no Cariri cearense. Isso coincide com pensamentos como os de Landim (2005), ao tratar do enfoque sociopolítico da seca, como também com as memórias dos remanescentes do fenômeno que evocam as benfeitorias realizadas no Caldeirão pelo beato no período de estiagem, através de trabalho realizado por Lopes (2011). A partir dessa simbiose de vozes presente nesses textos, intencionamos buscar o que Barthes (1972 e 2004) e Compagnon (1999) denominam de efeito de real. Vejamos que a história do Caldeirão passa através dos tempos por diversos pontos de vista, especialmente por se tratar de um fenômeno contraditório quanto sua apreciação pela sociedade, principalmente no período em que vingou. Desse modo, as narrativas em destaque abordam a temática da seca no Caldeirão através de ângulos diferentes, trazendo à tona o que o seria o “real” ou o “verossímil” na história do fenômeno e do seu líder, de maneira que a representação se realize circunstancialmente através do embate dessas memórias. Além disso, nas narrativas elencadas, veremos um conjunto de relatos que, se olharmos pelo patamar da análise do discurso, apontaria para a formação de uma “nova história”do Caldeirão, que partiu da literatura de cordel, considerada, de certo modo, marginalizada pela ótica canônica e alcançou perspectivas literárias consagradas.

PALAVRAS-CHAVE: Narrativas. Literatura de cordel. Caldeirão. Seca. Efeito de real.



A SITUAÇÃO LINGUÍSTICA ATUAL DA LÍNGUA PORTUGUESA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Ana Keyla Carmo LOPES (UFC)
Maria Elias SOARES

RESUMO: No presente trabalho, investigaremos a situação linguística atual da língua portuguesa em São Tomé e Príncipe, país integrante dos PALOPs (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), de acordo com entrevistas retiradas do corpus do PROFALA. Para isso, seguiremos a noção de língua, de Bakhtin (2000), em que a língua é entendida como atividade social, histórica e cognitiva; e, no que se refere à concepção de política linguística, adotaremos as considerações de Calvet (2007), em que política linguística (responsável pelas relevantes decisões relacionadas à inter-relação entre língua e sociedade) e planejamento linguístico (responsável pela implementação da política linguística em sociedade) designam binômios indissociáveis que devem ser abordados de forma inseparável em um estudo relacionado à política linguística. Analisaremos um corpus constituído por vinte entrevistas de estudantes universitários do país mencionado, especificamente, referentes às duas seguintes questões: “Quais as línguas que você fala?”; “Em que situações você fala língua portuguesa?”. As entrevistas fazem parte da amostra do projeto Variação e Processamento da Fala e do Discurso: análises e aplicações (PROFALA). Em uma análise preliminar, já verificamos que, em São Tomé e Príncipe, além do português como Língua Oficial, também são faladas três línguas autóctones: o santome e o angolar, faladas na ilha de São Tomé; e o lung’ie falado na Ilha do Príncipe.

PALAVRAS-CHAVE: São Tomé e Príncipe; língua portuguesa; PROFALA.



UMA ANÁLISE FUNCIONALISTA DAS ORAÇÕES PSEUDORRELATIVAS MODALIZADORAS

Ana Paula Silva Vieira TRINDADE (UFC)

RESUMO: Adotando um suporte teórico funcionalista, que busca a integração dos aspectos sintáticos, semânticos e pragmático-discursivos, procuramos analisar o fenômeno designado aqui de oração pseudorrelativa modalizadora. Em um primeiro momento, apresentamos o fenômeno investigado, com a proposta de inseri-lo no quadro existente de estratégias de relativização em Língua Portuguesa. Em seguida, investigamos se tal construção é contemplada nas gramáticas de abordagens tradicional, estruturalista e gerativista. Posteriormente, apresentamos a metodologia utilizada para a constituição do corpus de ocorrências, a coleta dos dados, a definição dos parâmetros de análise e a utilização do programa computacional na quantificação e no cruzamento das ocorrências, assim como a teoria que nos serviu de base na análise dos dados encontrados nos textos que serviram para a composição de nosso corpus. Por fim, procedemos à análise das ocorrências, levando-se em consideração a inter-relação entre os aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e contextuais que caracterizam ou influenciam no uso das orações pseudorrelativas modalizadoras.

PALAVRAS-CHAVE: funcionalismo; estratégias de relativização; modalização; orações pseudorrelativas modalizadoras



A CONCORDÂNCIA VERBAL DE TERCEIRA PESSOA DO PLURAL NO PORTUGUÊS AFRICANO, BRASILEIRO E EUROPEU: ESTUDO SOCIOLINGUÍSTICO COMPARATIVO PRELIMINAR

Antônia Cláudia Bento DAMIÃO (UNILAB)

RESUMO: Considerando-se as pesquisas e os estudos sociolinguísticos a respeito da concordância verbal (daqui em diante, CV) no português brasileiro (PB, daqui em diante) e no português europeu (PE, daqui em diante), nos quais se evidenciou o emprego variável de verbos em terceira pessoa do singular e do plural junto de sujeitos de terceira pessoa do plural (doravante, 3PP) e, além disso, considerando-se, ainda, a afirmativa de que o fenômeno é característico somente do PB, buscamos neste trabalho realizar o estudo sociolinguístico preliminar do fenômeno variável de CV de 3PP no português africano (doravante, PA) e, a partir da análise dos resultados, angariar mais subsídios para uma possível justificativa das origens de fenômenos de concordância no PB. O presente trabalho tem como base teórica os princípios da Sociolinguística Quantitativa Laboviana (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968; LABOV, 1972, 1994), bem como diversos estudos do PB que apontam como fatores relevantes nesse fenômeno variável: saliência fônica verbal, animacidade do referente, tipo estrutural do sujeito, paralelismo formal – em nível oracional e discursivo, posição do sujeito em relação ao verbo, além do fator social gênero. Para a composição do corpus, realizamos a coleta de amostras de falas de estudantes africanos da Unilab oriundos de Guiné Bissau, Angola e Cabo Verde, que foram analisadas qualitativa e quantitativamente por meio do pacote estatístico GOLDVARB. Das amostras de fala, podemos observar preliminarmente um percentual bastante elevado de emprego de verbos em 3PP junto de sujeitos de 3PP, com grande semelhança com o que se observa em amostras do português europeu. Por outro lado, esses resultados iniciais diferem dos verificados nos estudos do PB e se aproximam dos verificados no PE, sugerindo, ainda que de forma bastante primária, que o fenômeno variável de CV de 3PP no PB não decorreria da influência de línguas africanas no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Concordância verbal; terceira pessoa do plural; português africano.



TAREFAS DE TRADUÇÃO: UMA INVESTIGAÇÃO DOS PROCESSOS COGNITIVOS PELO VIÉS DA HIPÓTESE DA PRODUÇÃO

Antonia de Jesus SALES (UFC)

RESUMO: Este estudo visa investigar a existência de uma possível interface entre atividades de tradução na sala de LE e as funções da Hipótese da Produção de Swain. Para isto, o presente estudo parte do pressuposto de que traduzir é produzir língua, considerando a tradução como recriação de efeitos de sentido (Santoro, 2011) e, assim, analisaremos se as funções da Hipótese da Produção emergem durante a atividade de tradução a ser proposta. Para fundamentar esta investigação teoricamente, recorremos aos estudos de Swain (1985, 1993, 1995, 1998, 2000, 2010) e outros estudos referentes à Hipótese da Produção (Swain e Lapkin (1995), Woodfield (1997), Izumi et al (1999), Ohta, (2000), Izumi (2002, 2003), Shehadeh, (2002, 2003), Ehsan (2011). A metodologia prevê a condução de um experimento prático com uma atividade de tradução, em que os participantes da pesquisa serão estudantes de graduação em Letras-Inglês (20 alunos), na qual estes farão uma atividade em dupla, gravada em áudio. Com base na transcrição deste, será feita uma análise para investigar uma possível relação da atividade de tradução proposta e as funções da Hipótese da Produção de Swain. Portanto, analisaremos se durante a atividade de tradução, os participantes notam lacunas, formulam hipóteses e refletem metalinguisticamente acerca da LE/L2.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Cognição. Língua Estrangeira. Tradução. Hipótese da Produção.



AS EXPERIÊNCIAS DO CURSO DE LÍNGUAS E CULTURAS CRIOULAS NA UNILAB/CEARÁ

Antonio Gislailson Delfino da SILVA (UNILAB)
Gilson Lubalo PEMBELE

RESUMO: Esta comunicação pretende apresentar o andamento preliminar das ações do projeto de extensão Curso de Línguas e Culturas Crioulas, PIBELPE/PROEX/UNILAB. Os estudantes africanos possuem seus códigos que os identificam e os unem, assim como os brasileiros, que realizam, pelo português, seus sensos de identidade e pertencimento. Entretanto, para que os dois grupos (brasileiros e africanos) se comuniquem, a língua referenciada é de fato o português. Tal situação gera debates sobre o papel de uma universidade de caráter internacional na mediação das relações entre a língua trazida pelo falante e aquela encontrada no seu ambiente de estudos. A escolha deste projeto em divulgar dois crioulos, um de São Tomé e Príncipe e outro de Guiné Bissau destaca um viés político-ideológico: os crioulos, como formas alternativas de comunicação das populações africanas tem agora um enfrentamento diante da oficialidade da língua portuguesa. A criação de cursos em que a comunidade acadêmica possa ter conhecimento deste contexto visa contribuir para a diminuição de um hiato cultural, nos corredores da instituição: o preconceito. Assim, pretendemos apresentar as primeiras experiências do projeto: criação de dois cursos de língua crioula na Unilab e a experiência de campo, com a língua, de um dos bolsistas participantes do projeto, em viagem à Guiné Bissau.

PALAVRAS-CHAVE: Crioulo; Língua; Cultura; Guiné Bissau; São Tomé e Príncipe.



ESTRANHAMENTOS DE UM GUIENESSE ACERCA DO SISTEMA EDUCACIONAL DE ACARAPE (CE)

Benibel Gomes Marques MATCHE (UNILAB) 
Geranilde Costa e SILVA

RESUMO: Esse trabalho traz experiências de observação e de estranhamentos vividos por um Guineense, no âmbito da disciplina Fundamentos Psicossociais da Aprendizagem, pertencente ao curso de Letras, junto a uma escola de ensino médio de Acarape (Ce). Essas observações tiveram como propósito, de um lado, levar estudantes, brasileiros/as e africanos/as, a se aproximarem do cotidiano escolar, buscando saber como se dá a relação discente/professor/a e dos/as estudantes entre si, conhecer a estrutura física das escolas, verificar a presença, ou não, de atitudes racistas e/ou preceituosas e tomar conhecimento de metodologias voltadas ao ensino de Língua Portuguesa. E de outro, levar esses e essas estudantes a refletirem acerca do Ser Professor no cotidiano escolar brasileiro, em especial das cidades acima citadas, considerando também suas experiências do tempo que foram estudantes (no Brasil e em África), e suas motivações pela docência. Por meio dessas observações foi possível perceber: a) a precariedade física e de equipamentos de algumas escolas; b) a supervalorização das disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa, em detrimento dos demais componentes curriculares, em função do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE); c) modo “estranho” dos/as alunos se reportarem aos/as docentes e entre si, dentre outros aspectos. Por fim, o relato dessas experiências de observação foi registrado inicialmente em um diário de campo e, posteriormente tratadas e analisadas em um artigo científico.

PALAVRAS-CHAVE: Escola; Estranhamentos, Ser professor, O ensino de Língua Portuguesa.



ANÁLISE SEMIÓTICA DO POEMA "QUANDO TE PROPUS", DE HELDER PROENÇA

Bruno João CÁ (UNILAB)

RESUMO: O trabalho tem como objetivo analisar o poema de temática anti-colonialista e libertária "Quando te Propus", escrito pelo poeta e ativista político da Giné-Bissau Helder Proença e publicado pela primeira vez em 1982. Para isso, utilizamos o arcabouço teórico da semiótica discursiva, também conhecida como semiótica francesa. Com ênfase na análise do percurso gerativo do sentido, estudamos os efeitos de sentido engendrados no poema, observando sua oposição fundamental e suas características em cada um dos níveis de análise propostos pela teoria de base: nível discursivo, nível narrativo e nível fundamental. Investigando-os, compreendemos que, desde a estrofe inicial até o final do texto, o sujeito/eu poemático se encontra em disjunção com o objeto de valor "vida", de modo que tal conjunção se apresenta como algo permanentemente buscado por ele. Assim, conclui-se que o sujeito não chega ao pólo eufórico da oposição fundamental "vida x morte", mantendo-se em um movimento entre o pólo disfórico (morte) e a sua negação (não-morte), desde o início do poema até o fim, sem, contudo, alcançar explicitamente o pólo eufórico.

PALAVRAS-CHAVE: semiótica discursiva; sujeito; conjunção; disjunção; literatura guineense.



A OBJETIFICAÇÃO FEMININA NAS LETRAS DAS MUSICAS DE FORRÓ ELETRÔNICO: "SENTA AQUI" E "O BINGO"

Camila dos Santos MAGALHÃES (UECE-FECLESC)
Isabel Silva NOGUEIRA

RESUMO: O presente trabalho objetiva analisar as letras de duas músicas de forró eletrônico a partir da perspectiva dos modos gerais de operação da ideologia propostos por Thompson (1995, pp. 81-9), são eles: legitimação, dissimulação, unificação, fragmentação e reificação. A primeira letra é Senta aqui, e a segunda é O bingo, ambas interpretadas pela banda de forró Xereteiros do Forró. Não foi possível encontar a autoria da segunda letra, apenas a da primeira, que é da banda Maderada do Arrocha. A proposta é analisar o teor depreciativo dessas letras, a partir dos modos de operação da ideologia, e o quanto elas colaboram para a valorização masculina, enquanto a objetificação feminina é reforçada a partir de ambas as letras analisadas. De acordo com Connel e Messerschmidt (2013), ambos sociólogos, há uma circulação de modelos socialmente aceitáveis, que são exaltados pelas igrejas, narrados pela mídia de massa ou celebrados pelo Estado. Tais modelos, de acordo com os pesquisadores, contribuem diretamente no processo de construção das masculinidades no discurso. Em nossa análise apontamos como as referidas letras, sustentam as desigualdades de poder entre os gêneros.

PALAVRAS-CHAVE: forró; objetificação; ideologia



PRÁTICAS GESTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA - UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA PARA A HIPÓTESE DO INSUMO COMPREENSÍVEL DE STEPHEN KRASHEN.

Carlos Eduardo Silva PINHEIRO (UNILAB)

RESUMO: Este artigo visa a analisar a importância da relação verbo-gestual para o processamento de insumo compreensível no ensino de língua estrangeira. Para este estudo, convocamos as considerações de Schütz (2014) e Callegari (2006) sobre o modelo teórico de aquisição de segunda língua proposto por Stephen Krashen (1985; 1987); a análise da influência do gesto natural na evolução da competência linguística do indivíduo humano impetrada por Lima (2012) e o estudo de Pereira (2010) sobre as relações entre gesto e discurso nos processos cognitivos. As etapas da nossa pesquisa são assim definidas: identificaremos os gestos das mãos em um vídeo no qual Krashen realiza dois exercícios em alemão para uma plateia de falantes nativos da Língua Inglesa. Em seguida, analisaremos os gestos observados a partir das funções propostas por Lima (2012) e Pereira (2010), a saber, a desambiguação do conteúdo da mensagem, a organização do discurso, a marcação de referentes e a exploração da imageria na elaboração do conteúdo da fala. Embora proposto na década de 1980, o modelo de aquisição de segunda língua idealizado por Stephen Krashen, conhecido como Modelo do Monitor, ainda tem sido pouco estudado pela Literatura especializada, principalmente em Língua Portuguesa, por isso este trabalho também objetiva apresentar a abordagem teórica impetrada por Krashen.

PALAVRAS-CHAVE: Hipótese do monitor; práticas gestuais; ensino de Língua Estrangeira.



NA ÉPOCA DO “CALE-SE”, BUARQUE FALOU

Cássia da SILVA (URCA e UERN)
Maria Lúcia Pessoa SAMPAIO

RESUMO: O presente artigo tem como principal objetivo explorar os recursos literários e tecer uma análise contextualizada ao período de criação da música “Cálice” do compositor Chico Buarque de Hollanda. Nesse aspecto, a letra dessa composição será explorada fazendo paralelos à época da Ditadura Militar. Como a música Cálice foi escrita na década de 70, precisamente em 1973, além de ser considerada uma das obras primas de Chico Buarque, seu conteúdo é totalmente metafórico, o que torna a letra ainda mais rica. Destacaremos nesse trabalho os motivos pelos quais a utilização de metáforas e de tantas outras figuras de linguagem permeiam essa composição e como essa música foi recebida na época. A escolha do tema foi motivada pelas reflexões originadas do contato com estudos sobre a Ditadura Militar no Brasil e sobre a literariedade nas composições musicais da época. Dentre as referências usadas na elaboração desse trabalho, destacamos: Bolle (1980), Verona, Resende e Antunes (2007) e Ramos (1969).

PALAVRAS-CHAVE: Cálice, Chico Buarque, Ditadura militar, metáforas.



EXPERIÊNCIAS PIBIDIANAS NA SALA DE AULA: EXPLORAÇÃO DA OBRA NÓS CHORAMOS PELO CÃO TINHOSO DE ONDJAKI

Celeste Cristina de Andrade DELFINO (UNILAB)
Maurílio Alves ROCHA JÚNIOR

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo apresentar aspectos da cultura africana através do conto "Nós choramos pelo cão tinhoso" de Ondjaki. Será relatada a experiência de docência no PIBID-Letras com uma oficina realizada no dia 17 de outubro de 2014 (sexta-feira) das 15h30min. às 16h15min. (4ª aula), sobre o contexto africano em torno do conto do autor angolano, na Escola Estadual de Ensino Médio Pe. Saraiva Leão, no município de Redenção - CE, para alunos do 3º ano do ensino médio. O intuito principal da oficina foi o de apresentar a vida e obra deste conceituado escritor nascido em Luanda no ano de 1977, membro da União dos Escritores Angolanos, romancista, contista e às vezes poeta. Vale salientar que algumas obras do autor foram traduzidas para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês e chines. O propósito da oficina foi trabalhar um texto de uma escritor africano, inserindo a cultura africana no meio escolar oferecendo suporte e conhecimento em tono do assunto abordado. A metodologia adotada partiu de pesquisa bibliográfica e biográfica sobre o autor e sua obra, seguida da análise do conto "Nós choramos pelo cão tinhoso" (2007). A princípio fizemos uma breve apresentação da biografia do autor, logo após, foi apresentado um vídeo do autor, relatando a respeito de sua vida. Em seguida foi feita a apresentação da obra, sendo realizada a leitura silenciosa e oral. Para finalizar, instigamos os alunos através de um debate. Em forma de avaliação, os alunos resolveram uma atividade em que deveriam encontrar trechos que consideraram mais interessantes e trechos que não entenderam. Os resultados obtidos, através da oficina, foram satisfatórios, visto que os alunos colaboraram durante toda a oficina e responderam com atenção e interesse a atividade (questionamento) proposta no final.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura Africana, Conto Africano, Cão Tinhoso



PRÁTICAS DE LEITURA EM SALA DE AULA: O USO DE FILMES E DEMAIS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS COMO RECURSOS DIDÁTICOS PARA TRATAR DAS RELAÇÕES ENTRE LITERATURA E COLONIZAÇÃO EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Ciro Almeida da SILVA (UNILAB)
Evilásio do Nascimento SILVA

RESUMO: O relato de experiência que se segue destina-se a apresentar o resultado das reflexões das aulas ministradas pela Profa. Dra. Izabel Cristina dos Santos Teixeira na disciplina de Literaturas em Língua Portuguesa VI no Curso de Letras – Língua Portuguesa da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB. As aulas foram realizadas entre fevereiro e maio de 2015 no Campus da Liberdade. De nossa experiência, enfocaremos os recursos didáticos e pedagógicos para o desenvolvimento de práticas de leitura que tratam das relações entre literatura e colonização em aulas de língua portuguesa. Tal relato de experiência é o resultado da compilação das anotações de sala de aula. A experiência mostra-se pertinente uma vez que apresenta estratégias de ensino e aprendizagem que abordam questões entre literatura e assimilação e seus mecanismos de opressão decorridos do processo de exploração colonial na África. Outros componentes das aulas trataram do Pan-africanismo e das literaturas da negritude. Nacionalismos africanos e a ruptura com os paradigmas estéticos e ideológicos coloniais. Esses componentes podem ser estudados com recurso didático cinematográficos como relataremos em nossa experiência de aprendizagem que articulou o objeto fílmico com teorias de leitura. Nossa proposta consiste em apresentar a construção de estratégias simples como, por exemplo, a construção verificada em sala de aula na universidade. O cuidado com que organizamos as anotações/organogramas, nos faz acreditar que as estratégias de ensino criadas podem ser utilizadas em outros ambientes de ensino aprendizagem de língua portuguesa e contribuir como ferramenta para a efetivação da Lei nº 10.639/03.

PALAVRAS-CHAVE: África; Cinematográfico; Recursos didáticos



ESPAÇO E CULTURA VISUAL NO MUNDO DOS MANGÁS: UMA ANÁLISE DE ONE PIECE, DE EIICHIRO ODA

Claudio Henrique Victor PORTO (UNILAB) 
Joanna Cavalcante Pinheiro FARIAS

RESUMO: Esta pesquisa tem por objetivo problematizar as noções de Espaço e Cultura Visual no território estético-social do mangá de Eiichiro Oda, intitulado One Piece. A palavra mangá vem da junção das palavras man (humor) e ga (desenho) e não é, simplesmente, uma história em quadrinhos ou desenho animado (através do animês reproduzidos na televisão e sites especializados), mas, antes de tudo, traduz-se num desenho artístico composto por histórias variadas que em consonância com a cultura nipônica: “eles se tornaram o principal meio de divulgação da cultura japonesa no Ocidente. Através dessas obras os leitores podem se aproximar de elementos como a moda, hábitos, gestos, humor, lições de etiqueta, moral etc.” (FONSECA, 2011, p.138). O mangá One Piece, de modo específico, tem um enredo baseado em desventuras marítimas, permeadas em conceitos geográficos próprios, por extensos oceanos, ilhas, vilas, navios, prédios, pontes fora da órbita e lógica temporal diferente daquela a que comumente estamos acostumados, mas mesmo assim, possui costumes, falas e representações culinárias comum aos seus leitores. Seu arranjo geográfico, no geral, é baseado em pequenas massas de terra denominadas “ilhas”, onde é possível denotar diferentes sociedades, relevos, climas e culturas; é uma ficção multifacetada, dessa forma, denotamos a ilha de Water Seven, tal que que apresenta elementos a partir dos quais pretendemos realizar reflexões críticas da categoria “espaço”, em Milton Santos (2011), e do percurso discursivo do conceito de “cultura”, com Laraia (2011), quanto a sua caracterização e percursso discursivo relacionando a comuna italiana de Veneza. Apesar das inúmeras motivações para se pensar que toda a história foi fruto do imaginário do autor, ainda é possível ter perspectivas de ligações com a realidade, como tradição e costumes, o que levantam questões, fazendo-nos pensar se o autor de fato quis relacionar esses pontos ou One Piece se tornou sua forma de ver o mundo. Tais instâncias têm proporcionado um estudo interdisciplinar entre os campos da Literatura, da Geografia e da Sociologia a partir do reconhecimento dos personagens em suas diversas representações simbólicas de lugar, natureza, espécies e gêneros humanos. Dessa forma, foram levantadas hipóteses através das características estético-narrativas da obra.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Mangá; Espaço



IDENTIDADE NOVA BASEADA NA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA:
UMA LEITURA DE UALALAPI (1987), DE UNGULANI BA KA KHOSA 

Denise ROCHA (UFC/CAPES)

Resumo: O catolicismo e o sistema de escrita, levados para a ilha de Moçambique pelos colonizadores portugueses, no século XVI, refletia um modelo de civilização ocidental que fora rejeitada pelos membros da realeza nguni, que vivia na costa do oceano Índico, na metade do século XIX. Por meio de um tratado de vassalagem com os lusos, a realeza, oriunda da África do Sul, aderira ao sistema militar europeu e adquirira espingardas, bem como enviara os príncipes para realizar estudos em liceus. Mânua, filho de Ngungunhane (c. 1850-1906), rei de Gaza, vasto território localizado no sul de Moçambique, tinha ido estudar na Escola de Artes e Ofícios, na parte insular, onde assimilou a cultura lusa, adquirindo uma nova identidade. Figura histórica, o rapaz se tornou personagem ficcional no romance Ualalapi, de Ungulani Ba Ka Khosa, que aborda os onze anos (1884-1895) da ascensão e queda de Ngungunhane. O objetivo do estudo é analisar, sob o conceito de identidade (Hall) e de imagem (Burkard), O diário de Manua (fragmento 5 da narrativa) no qual são revelados os problemas do príncipe herdeiro, assimilado na cultura portuguesa, que tinha que regressar à sua família e à sua etnia, as quais tinham um estilo de vida que ele abominava. Destaca-se a imagem negativa que o jovem tinha de seu pai, o soberano. O texto escrito depois do retorno do jovem à aldeia natal, na qual ele recusa o genitor e cai no alcoolismo, revela a ruptura com a tradição oral.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura moçambicana; Ungulani Ba Ka Khosa; identidade; imagem.



AS CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓGICAS DAS TEORIAS DE PIAGET (1975) E VYGOTSKY (1979) PARA O ENSINO DE LÍNGUAS

Douglas Wigner Brasil Maia COUTINHO (UNILAB)

RESUMO: O objetivo do presente artigo é discutir métodos e abordagens cognitivistas conexas ao ensino de línguas e os processos de aprendizagem envolvidos nessas abordagens, assim, fazendo uma ponta entre as duas teorias. Salienta-se o uso da teoria de Piaget (1975) sobre o desenvolvimento cognitivo, classificado em quatro etapas, comprovando que os seres humanos passam por mudanças previsíveis, ordenadas e individuais. Ou seja, geralmente, todos os indivíduos vivenciam todos os estágios na mesma sequência; porém, o início e o término de cada estágio sofrem variações, dadas às diferenças individuais de natureza biológica e/ou do meio social em que o indivíduo está inserido. No que tange a importância do ambiente sócio interacional do aprendiz, destacamos a teoria de Vygotsky (1979) que atribui relevância ao Input no qual o aprendiz está imerso. A justificativa é a escassez de trabalhos que unifiquem esses estudos ao ensino de línguas e que, ao mesmo passo, indiquem métodos para levá-los à sala de aula. Para isso, coletamos o ponto de vista de 16 graduandos/as do curso de Letras-Língua Portuguesa, através de questionários e realizamos uma análise das respostas. Como resultado, obtivemos uma maneira conjunta para o melhor e mais efetivo desenvolvimento cognitivo de uma criança em sala, que ao passar pelos estágios propostos por Piaget, também adquire um enriquecimento cultural através do meio em que está inserida, que é o maior ponto da teoria de Vygotsky. Notou-se, também, que o docente conheça as teorias do desenvolvimento mencionadas, consentindo o processo de ensino-aprendizagem e, assim, respondendo às necessidades particulares da natureza infantil.

PALAVRAS-CHAVE: Cognitivismo; Educação; Ensino de línguas; Letras.



A INTERTEXTUALIDADE ENTRE A MITOLOGIA GREGA E O CONTO “VIVER”, DE MACHADO DE ASSIS.

Edson Benedito Silva SOUSA (URCA)

RESUMO: Esse artigo tem como objetivo analisar os traços intertextuais da Mitologia Grega presentes no conto Viver, de Machado de Assis, um dos maiores escritores da literatura brasileira. A mitologia grega possui histórias riquíssimas e uma infinidade de heróis, deuses, monstros, seres mágicos, entre outras criaturas, que serviram de inspiração para muitos escritores e poetas desde a Ilíada e a Odisséia, obras clássicas, até os textos literários contemporâneos. Analisaremos esses traços com base no livro de Bulfinch (2015). Segundo Carvalhal (1992), a intertextualidade abre um novo campo na interpretação literária e traz novas concepções sobre originalidade. No conto Viver, Machado de Assis não só se apropria da intertextualidade da mitologia grega, através do mito de Prometeu, como também das tradições orais cristãs, através da lenda do Judeu Errante. Machado descreve, no conto, uma conversa entre esses dois imortais citando, no decorrer da narrativa, personagens mitológicos cheios de significação para o entendimento do conto. Para trabalhar a intertextualidade, vamos relacionar os personagens gregos citados, com o próprio conto, abordando aspectos que ligam suas características com sua função no texto. Concluímos que a presença e a influência que esses mitos exercem sobre a nossa literatura atual é bastante considerável.

PALAVRAS-CHAVE: Mitologia Grega; Intertextualidade; Conto; Machado de Assis.



O PAPEL DO FILÓLOGO NA CONTEMPORANEIDADE

Elis Larisse Santos GONÇALVES (UECE/FECLESC)
Camila dos Santos MAGALHÃES

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo precípuo apresentar as principais atribuições do filólogo nos dias atuais, bem como discorrer sobre seu objeto de trabalho e sobre a importância desse oficio tanto para a Filologia quanto para a linguística. Segundo Cambraia (2005), a Filologia é uma ciência que “ora se identifica com o estudo da história da língua, ora relaciona-se ainda ao estudo das civilizações a partir dos textos.” Seguindo o pensamento de Cambraia consideramos de suma importância a apresentação dessa ciência para os alunos dos cursos de Letras e áreas afins, pois, através do labor filológico com textos antigos escritos, podemos ter acesso a um material linguístico que nos proporciona muitas descobertas sobre o processo de evolução das línguas, bem como nos oferece um amplo aparato teórico para que possamos compreender a questão da variação linguística como um processo natural inerente às línguas. Além de novas descobertas, a Filologia também contribui para a preservação da nossa história, mostrando mais uma vez sua fundamental importância na atualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Filólogo; labor filológico; língua; Linguística.



A EDUCAÇÃO JESUÍTICA E ASPECTOS SOCIOCULTURAIS COLONIAIS LUSO-BRASILEIROS NA PERSPECTIVA DE MANUEL DA NÓBREGA.

Évila Cristina Vasconcelos de SÁ (UECE)

RESUMO: No contexto da contrarreforma religiosa e da conquista dos espaços “luso-brasileiros”, adentrou-se uma ordem religiosa de cunho educacional e controlador: a Companhia de Jesus. Como objeto de estudo, temos o escrito do Padre Manuel da Nóbrega (1517-1570), intitulado em Diálogo sobre a conversão do gentio (1556/1557), no período em que estava nas terras tupiniquins. Obra esta, de valor pedagógico, caracterizada pela perspectiva que o sacerdote vivenciou diante ao processo de catequização dos indígenas. Concomitante ao exposto, a presente comunicação discorrerá sobre o cotidiano da educação jesuítica nos trópicos. Em relação ao modelo pedagógico, os jesuítas focavam a metodologia, intitulada de Ratio Studiorum (aplicado primeiramente em 1548 no Colégio de Messina, na Sicília). Na sala de aula jesuítica, com cerca de duzentos alunos, o conteúdo era ensinado a todos concomitantemente, nem mesmo havia a mobiliária, materiais didáticos, isto é, não se tinha a estrutura da instituição escolar que percebemos atualmente. Sobre a caracterização deste mecanismo de ensino jesuítico, baseava-se num conjunto de regras, compreendidas o trinômio: estudar, repetir e disputar, através de exercícios escolares meramente apenas para a reprodução do conhecimento, dos quais se remetem diretamente à escolástica medieval: a Pedagogia Tradicional, que na sua vertente religiosa, tornava a educação sinônima de catequese e evangelização. Porém, os filhos de comerciantes e latifundiários portugueses estudavam em Portugal, geralmente em duas Universidades: de Coimbra e de Évora.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura jesuítica; educação colonial; sociedade luso-brasileira.



A EFEMERIDADE DO TEMPO: UM ESTUDO COMPARADO ENTRE “RETRATO”, DE CECILIA MEIRELES E “ESPELHO”, DE MIA COUTO.

Fernanda Maria Diniz da SILVA (UFC)

RESUMO: Este trabalho realiza um estudo comparado entre o poema “Retrato”, de Cecília Meireles, que faz parte do livro Viagem (1937) e o poema “Espelho”, de Mia Couto, publicado no livro Idades, Cidades, Divindades (2007). A finalidade é verificar como a temática da efemeridade do tempo é desenvolvida nos poemas, uma vez que os dois autores tecem uma forte reflexão em torno da fugacidade do tempo e da vida, bem como das mudanças sofridas pelo ser com a passagem do tempo. Para orientação da nossa análise, o método de procedimento utilizado será o comparativo. Para tanto, faremos uso das contribuições de pesquisadores como Benjamin Abdala Junior, Sandra Nitrini e Tânia Carvalhal. O trabalho terá ainda como fundamentação teórica os estudos desenvolvidos por Pires Laranjeira, Alfredo Bosi, dentre outros. É importante ressaltar que trabalhos desta natureza contribuem para o conhecimento das relações estabelecidas entre as diferentes literaturas de língua portuguesa e para a aproximação dos leitores do Brasil e de Moçambique.

PALAVRAS-CHAVE: Cecilia Meireles. Mia Couto. Tempo. Comparativismo



A PROBLEMATIZAÇÃO DA IDENTIDADE NOS PERSONAGENS HIGINO, DE ARNALDO SANTOS E ERNESTO, DE JOSÉ MARIA ARGUEDAS.

Fernângela Diniz da SILVA (UFC)

RESUMO: A presente análise possui como objetivo um breve estudo comparativo acerca da construção da identidade dos personagens Higino, do conto “A menina Vitória” produzido pelo autor Arnaldo Santos, e Ernesto, narrador do romance Os Rios profundos do escritor peruano José Maria Arguedas. Ambos protagonistas retratam o conflito com a identidade, sendo Ernesto e Higino dois garotos que vivem um processo de formação de personalidade, influenciados por questões socioculturais de suas sociedades e pela relação que eles vivenciam com outras figuras dos enredos. As obras possuem em comum a escola como um dos espaços principais, que atua como núcleo formador e reitera os valores no contexto narrativo. Em Os Rios profundos, temos Ernesto, um menino que convivia com duas culturas díspares: a ocidental, marcada pela supremacia branca, católica e a indígena. Já no conto “A menina Vitória”, do escritor Arnaldo, temos Higino, que presencia na própria sala de aula a questão da dominação cultural. A narrativa passa-se em Angola. Apoiando-se nos estudos de Stuart Hall e Maria Aparecida Santilli, analisaremos o conflito de identidade de Ernesto e Higino, que, apesar de se localizarem em culturas diferentes, possuem em comum o sentimento de resistência, além de mostrarem a relação conflituosa do colonizador e colonizado, bem como o uso divergente da língua. Focaremos também a questão da assimilação e hibridização cultural nas narrativas.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura angolana. Identidade. Hibridismo. Assimilação.



AS NOVAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO DESENCADEADAS PELO ENEM E PELOS DOCUMENTOS OFICIAIS DE EDUCAÇÃO EM LÍNGUA MATERNA

Filipe Fontenele OLIVEIRA (UECE)
Hylo Leal PEREIRA

RESUMO: Uma das preocupações nos estudos de letramento é compreender o papel social da escola quanto ao ensino de leitura e escrita. Apesar de o Brasil ainda encontrar-se em patamares preocupantes no desenvolvimento dessas habilidades, é perceptível a sensibilização nos documentos oficiais para que os docentes revejam suas práticas de ensino. Enquanto professores da Rede Estadual de Ensino do Ceará, observamos que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), ao proporem novas concepções de língua e de linguagem, apostam nesta mudança. Compreendemos também que o advento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em consonância ao que apregoa esse documento, influencia na adoção de propostas de ensino de leitura e escrita mais adequadas à linguagem como instrumento de práticas sociais e vinculadas ao desenvolvimento das habilidades e competências. A filosofia desse exame rompe com o tradicionalismo das avaliações e, consequentemente, do ensino de língua materna, haja vista o caráter diagnóstico da educação básica associado ao acesso ao ensino técnico e superior. Reconhecendo tais questões, este trabalho pretende discutir sobre as mudanças nas estratégias de letramento que passaram a existir a partir da realização do Enem. Deste modo, para situar o leitor quanto a essas transformações, abordaremos também os conceitos de avaliação interna e externa e apresentaremos a relação entre o Enem e as políticas atuais de educação. Acreditamos que este trabalho pode gerar reflexões quanto ao ensino de língua portuguesa no que condiz às implicações pedagógicas provocadas por esse exame.

PALAVRAS-CHAVE: Enem; Ensino de leitura e escrita; Letramento; PCN.



LITERATURA DE CORDEL COMO OBJETO DE ESTUDO NAS AULAS DE LITERATURA: REFLEXÕES TEÓRICAS E PRÁTICAS

Francisca Rayane Fernandes da SILVA (UECE)
Rodrigo de Albuquerque MARQUES

RESUMO: Ensinar literatura requer dinamicidade, interatividade e ações plurais que desenvolvam as habilidades de leitura, compreensão e interpretação de textos em seus inúmeros meios, suportes, gêneros e extensões, tendo em vista a formação literária dos alunos. Dentre os gêneros literários encontra-se a Literatura de Cordel, poesia popular em verso que juntamente com a xilogravura, a rima e a métrica transforma-se em uma manifestação artística e literária importantíssima para o entendimentos de nossa arte, cultura, história e literária popular. É relevante salientar que tal manifestação, muitas vezes,deixa de ser trabalhada em sala e também conhecida pelos alunos. É por meio dessas reflexões que desenvolvemos o presente trabalho tendo em vista discutir e refletir sobre a aplicação do Cordel/folheto nas aulas de literatura promovendo questionamentos acerca desse processo de ensino aprendizagem tendo o mesmo como objeto de estudo. Utilizaremos como metodologia revisão de literatura acerca de livros e artigos de relevância acadêmica e científica visando a fundamentação de nossas ideias e o aperfeiçoamento de nossas concepções dialongando com: Ria Lemaire (2010)) Paul Zumthor (1997), Arievaldo Viana (2009), Irandé Antunes(2003),Vicente Jouve(2012) e Hélder Pinheiro(2012). Concluimos que formar leitores requer um trabalho que vise a inserção do aluno em inúmeras experiências, em inúmeros contextos e acerca de gêneros literários diversos. Inserir a Literatura de cordel nas aulas é antes de tudo disseminar nossa arte fazendo o aluno conhecer e despertar para o universo mágico que a poesia popular pode oferecer.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura de Cordel, Ensino-aprendizagem, literatura



UMA DISCUSSÃO ACERCA DA ECONOMIA DAS MARCAS DE PLURAL PRESENTES EM NARRATIVAS ORAIS DE ESTUDANTES DE UMA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO

Francisco Rangel dos Santos Sá LIMA (UNILAB)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar, quantitativamente, à luz dos estudos sociolinguísticos Mário Perini (2010), Marcos Bagno (2001, 2013), Márluce Coan, Raquel Freitag (2010) etc., a ocorrência da economia nas marcas de plural e/ou redundância destas em narrativas orais de experiências de estudantes de uma escola de ensino médio de Redenção-CE, não descartando, no entanto, a interpretação dos dados. Por meio das gravações das narrativas, de duração de 25 a 30 minutos cada uma, de 10 informantes de uma mesma localidade geográfica, 5 do sexo feminino e cinco do século masculino, escolaridade (11 a 12 anos), evidenciaremos as ocorrências dos fenômenos observados a partir de uma visão heterogênea de língua. Desse modo, ensejamos orientar práticas de como lidar com a variação linguística em sala de aula, afinal, o aluno deve ‘’aprender na escola que existem modos diferentes de falar, que podemos ajustar de acordo com as circunstâncias, ’’ sendo, assim ‘’um passo importante na formação de nossos jovens’’ (BORTONI-RICARDO, 2013, p.53-54). Avultamos, a título de explicação, que esta pequena pesquisa quantitativa não se propõe a evidenciar a universalidade de uma variedade linguística de jovens estudantes de uma escola pública, haja vista a insuficiência de dados, mas refletir acerca dos usos tidos como estigmatizados e prestigiados da variável concordância de número , bem como esclarecer que a economia das marcas de plural observada pela assinalação do plural no determinante é, sobretudo, é um fenômeno lógico, comum ao português do português. Como assinala Perini (2010, p.283), essa regra é seguida ‘’por praticamente todos os falantes, de todas as classes sociais e de todas as regiões’’. Os resultados preliminares indicam que o fenômeno da economia das marcas de plural é vivo e faz parte da variedade falada pelos informantes.

PALAVRAS-CHAVE: Concordância, Sociolinguística; variação.



O DIABO MEDIEVAL NA FARSA DA BOA PREGUIÇA.

Francisco Wellington Rodrigues LIMA (UFC/FUNCAP)

RESUMO: Figura emblemática presente no imaginário popular europeu, devido à ascensão do Cristianismo como religião dominante, o Diabo recebeu diversas definições e transformações que o moldaram através dos séculos. Na literatura dramática brasileira, em especial, no teatro de Ariano Suassuna, temos de maneira bem significativa a representação residual de tais representações do Diabo, seguindo os moldes do imaginário cristão medieval, adaptando-se, segundo as necessidades do autor, à mentalidade do povo cristão que aqui se constituiu, conforme se encontra na Farsa da Boa Preguiça. Sendo assim, o intuito deste trabalho é demonstrar os aspectos residuais da representação do Diabo medieval no teatro brasileiro contemporâneo de Ariano Suassuna, tendo como método de pesquisa, a Teoria da Residualidade Cultural e Literária, sistematizada por Roberto Pontes e o método comparativo. Como resultado, defenderemos a hipótese de que a representação do Diabo no teatro medieval está residualmente presente no teatro brasileiro contemporâneo de Suassuna, bem como as questões relativas à mentalidade, o imaginário cristão medieval, o teatro, a representatividade e os resíduos literários de uma época para outra.

Palavras-Chave: Diabo; Medievo; Teatro; Ariano Suassuna; Residualidade.



“A ÚLTIMA TRAGÉDIA”: IDENTIDADE, MEMÓRIA E COLONIALISMO

Ianes Augusto CÁ (UNILAB)

RESUMO: Conjecturar sobre a questão político-cultural na Guiné-Bissau é pensar sobre que modo foi construída essa nação. A Literatura, como criação artística, tem por propósito reinventar a realidade a partir de amplos olhares, com base em suas aspirações, seus pontos de vista e suas técnicas narrativas. A reflexão sobre a construção da nação guineense passa necessariamente pela reflexão acerca do processo da colonização. Portanto, este trabalho tem como pano de fundo analisar e fazer a discussão em torno do romance intitulado A última tragédia (2006), de Abdulai Silá, que construiu seu enredo em torno de três personagens: Bsum Nanki (o velho “Régulo ”), o professor e Ndani que se entrelaçam na narrativa. A metodologia baseia-se na análise crítica da obra através de pesquisa bibliográfica apoiada nos críticos Frantz Fanon, Os condenados da terra (1968); Moema Parente Augel, O desafio de escombro (2009); Homi Bhabha, o local da cultura (1998); Rita Chaves, Angola e Moçambique – Experiência colonial e Territórios literários (2004); Stuart Hall, Desconstruindo a cultura nacional: identidade e diferença (2004); Terry Eagleton, A ideia de cultura (2003) e Teoria da literatura: uma introdução (2001). NA última tragédia, dentre outras coisas, Silá chama atenção a uma releitura sobre o fenômeno do colonialismo, convidando-nos a uma imersão no passado a fim de ressignificarmos o país no presente.

PALAVRAS-CHAVE: Palavras-chave: Abdulai Silá; Literatura guineense; Colonialismo.



DIÁLOGOS E DEBATES INTERCULTURAIS: SOCIEDADE E RELIGIÃO NOS ESPAÇOS DO ROMANCE O SÉTIMO JURAMENTO, DE PAULINA CHIZIANE.

Joanna Cavalcante Pinheiro FARIAS (UNILAB)

RESUMO: Este é o resultado de um trabalho de conclusão de curso para a obtenção de título de bacharel em Humanidades pela Unilab, o qual foi feito a leitura de uma obra literária e interpretada a partir de teóricos que trabalham temáticas como cultura e identidade. O objeto desta pesquisa é apresentar o funcionamento dos embates culturais entre a tradição (predominantemente percebida no espaço rural) e modernidade (influência do colonizador português, espaço urbano) dentro da sociedade moçambicana, precisamente na região de Zavala, localizada ao sul de Moçambique, e representada no romance O sétimo juramento (2000), de Paulina Chiziane. A partir da leitura dos estudos de ALTUNA (1985?), foi percebido na obra de Chiziane que a região é área de domínio do grupo étnico banto, devido suas práticas sócio-culturais. A história se passa após a conquista de independência política de Moçambique (25 de junho de 1975) e traz à tona um conflito de ideais identificado sobretudo no personagem David que, aproveitando-se do status quo alcançado por sua participação na luta de independência, enriquece e conquista poderes,na atualidade, a partir de práticasexcusas que contrariam osprojetos iniciais em prol da emancipação do país. Durante a pesquisa foi possível interpretar que a aceitação dos valores impostos pelos colonizadores era uma necessidade que tinha de ser enfrentada pelos nativos, que se encontravam num processo de alienação, os quais faziam abandonar suas instituição tradicionais,o que era parte da política imposta pelo poder colonial. A obra aborda diversos aspectos que tem, por fim, conduzir o debate do processo de colônia à pós-colônia, que pode ser interpretado como denúncia ao resultado do processo injusto da colonização, em vários sentidos. A narrativa é um sistema opressor ao processo de colonização, que deixou rastros aparentemente enraizados no pós-independência recente de Moçambique.

PALAVRAS-CHAVE: Conflitos interculturais; Pós-colonialismo; Moçambique.



“CARTA PÁ APOLINÁRIA”: A CRÔNICA NA LITERATURA SÃO-TOMENSE

Jessica do Rosário BANDEIRA (UNILAB)

RESUMO: Este trabalho é parte da atividade de monitoria da disciplina Teoria da Literatura I (IHL/Letras/trimestre 1/2015) que tem como ementa “Concepções de literatura. Estudo das aproximações e distanciamentos dos textos literários e textos não literários. Elementos constitutivos dos gêneros lírico, épico e dramático: noções gerais”. A partir de um texto que denominamos de crônica-carta, intitulado “Carta pá Apolinária”, da escritora São Deus Lima, de São Tomé e Príncipe, e das teorias da narrativa e da oralidade, analisamos os três aspectos que mais se destacaram no texto: o impacto da linguagem nela utilizada, a questão social e a questão política. Analisaremos a partir desta carta as peculiaridades sociais e linguística do português são-tomense, pois nela se encontra uma linguagem denominada pela autora “português-crioulo”, que é um retrato mais próximo da fala informal de muitos são-tomenses. Essa crônica, por meio desta linguagem, “português crioulo”, a autora mostra-nos de forma clara como se pode “escutar” o português falado por uma vasta camada da população são-tomense. Pretendemos, assim, apresentar uma análise literária objetiva da crônica-carta e também uma mostra das questões pontuais que a cronista empreende sobre as mudanças ocorridas na sociedade são-tomense, pois está presente em todo texto a oralidade do português deste país. Concluímos que, na crónica, Carta pá Apolinária, Apolinária pode ser alguém ou a metáfora usada para se referir a uma vasta camada de são-tomenses que vivem no exterior e querem regressar ao país.

PALAVRAS-CHAVE: Oralidade; literatura são-tomense; português-crioulo, Conceição Lima



O ABRAÇO DA MORTE EM LYGIA BOJUNGA

Johny Paiva FREITAS (UECE)

RESUMO: O objetivo deste trabalho é refletir sobre a encenação da Morte na obra O Abraço, de 1995, da autora infanto-juvenil Lygia Bojunga. O livro, escrito em forma de jogo metaliterário, em que ficção e realidade se (con) fundem na malha literária, narra a amarga experiência sexual vivida por Cristina-criança e refletida na Cristina-adulta. Dessa maneira, a personagem Cristina, durante a narrativa, terá que encontrar meios para encarar o abuso sofrido na infância, buscando, entre outras medidas, encenar um espetáculo-simbólico com a própria Morte. Para isso, Lygia Bojunga desfaz o interdito instaurado na literatura infanto-juvenil sobre a temática da morte, de forma a não eufemizar o assunto, ou seja, a escritora não desconsidera a inteligência e a sensibilidade do público com o qual trabalha.

PALAVRAS-CHAVE: Lygia Bojunga, literatura infantil, morte.



#SEXOÁGIL: LINGUAGEM, CORPO E POLÍTICA

Jony Kellson de Castro SILVA (UECE)

RESUMO: Objetiva-se cartografar um devir-mulher na produção do conceito #SexoÁgil, potencializado pela artista brasileira Karina Buhr, enquanto uma relação entre linguagem, corpo e política, a partir de uma pragmática menor agenciada na filosofia de Deleuze e Guattari (2011, 2012); e assim, ao experimentar tal pragmática, problematizar de que maneira esta, como política minoritária, pode contribuir para um fazer pesquisa em pragmática linguística. Para tanto, articulam-se os conceitos de palavras de ordem, como atos de fala atribuídos a corpos; de Corpo sem Órgãos enquanto criação de corpo à disciplina do organismo; e de máquina de guerra como uma gramática de revide. Desse modo, com o #SexoÁgil, tem-se o traço de um pensamento descolonial acerca dos construtos sexuais e das identidades de gênero, indo de encontro a todo um regime de significação, de disciplinarização do corpo e de subjetivação. Territórios significantes, organizados e subjetivados, são desterritorializados por um processo que privilegia o sentido, a criação de corpo e as singularidades.

PALAVRAS-CHAVE: Pragmática menor. Devir-mulher. #SexoÁgil.



LITERATURA DA SECA: O ROMANCE A FOME DE RODOLFO TEÓFILO

José Alberto PONCIANO FILHO (Faculdade Integrada da Grande Fortaleza)

RESUMO: A seca sempre foi um tema constante na produção literária Cearense. O romance A fome (1890), de Rodolfo Teófilo, retrata uma das piores secas do Ceará (1887 a 1879). Essa obra é considerada precursora da chamada “Literatura da seca”; além disso, Rodolfo Teófilo em sua obra faz diversas denúncias contra as atrocidades da época provocada pela seca, como as misérias, as doenças e o descaso do poder público ,fazendo com que a produção literária de Teófilo seja inserida como um romance Naturalista .Este trabalho tem por objetivo analisar os recursos utilizados por Teófilo (1890) para que a obra A fome seja considerada um romance naturalista dos moldes de Émile Zola pela crítica .Como fundamentação teórica foram utilizados os pressupostos de Carvalho( 2011) ,por compreender que o meio condiciona os acontecimentos ,onde os personagens são resultados de uma classe social e das condições de vida .A metodologia do nosso trabalho será qualitativa e será feita análises de alguns trechos da obra que trazem as características do Naturalismo .Ao ler a obra A Fome nota-se que Rodolfo Teófilo apresenta grandes traços do Naturalismo ,como Determinismo e Positivismo fazendo com que o escritor relate ,com tanta precisão ,as diversas patologias sociais das grandes secas (1877 a 1879),tornando a obra A fome um dos romances –denúncia de maior importância da Literatura cearense.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura da Seca, Naturalismo, Romances-denúncia.



O DISCURSO PORNOGRÁFICO NA REPRESENTAÇÃO DA MULHER BAIANA NA POESIA ERÓTICA DE GREGÓRIO DE MATOS GUERRA

Jose Edileudo da Silva MORAIS (UNILAB)

RESUMO: O presente trabalho objetiva analisar o discurso pornográfico e suas reverberações sociohistóricas e culturais pela análise dos poemas “Mulatinhas da Bahia” e “Co cirro nos estrefolhos”, que constituem a obra de cunho erótico do poeta baiano Gregório de Matos Guerra (1623-1696) e tratam, respectivamente, de representações obscenas da mulher mulata e da mulher negra. Busca-se, através disso, compreender como o poeta constrói, pelo discurso literário, imagens da mulher baiana seiscentista em suas convicções pessoais e na interação social que ela estabelece com o espaço. Objetiva-se também refletir sobre o impacto social dessas representações tanto no presente histórico de Gregório de Matos como no atual presente histórico. Para tanto, buscamos como aporte teórico as reflexões de Maingueneau (2010) sobre o discurso pornográfico em seus diferentes meios e manifestações na sociedade pós-moderna. A análise mostra que o poeta baiano representa a mulher de sua terra pelos processos de desumanização/coisificação do ser, caracterizando-a como objeto sexual, ninfomaníaca, libertina e adepta da prostituição.

PALAVRAS-CHAVE: Representações da mulher; Literatura brasileira; Discurso pornográfico.



A ABORDAGEM ESTRUTURALISTA NO ENSINO DE INGLÊS PARA FALANTES DO PORTUGUÊS E DE CRIOULOS AFRICANOS DE BASE LEXICAL PORTUGUESA: REFLEXÕES E APLICABILIDADES

José Elderson de Souza SANTOS (UNILAB)
Maria Natalha Morais da SILVA

RESUMO: O Estruturalismo é uma corrente de estudos da linguística, criada por Saussure (1916), que embasou e embasa diversos estudos em tal campo do saber. Além do postulado por Saussure, há o estruturalismo estadunidense (1950), que se embasa, em partes, no behaviorista (1920) e serviu como ponto de partida para o gerativismo (1957). Partindo dessa consideração, a presente pesquisa objetiva investigar como o estruturalismo (sendo enxergado como uma abordagem de ensino de L2) pode ser utilizado no ensino de inglês para falantes do português e de crioulos africanos de base lexical portuguesa. Dessa forma, iremos analisar não só a práxis de tal abordagem, mas também como os alunos, ao se depararem com a abordagem estrutural, avaliam esse método, a partir do modelo de aula ministrado. Não se trata, como ressalta Conejo (2007), de defender o uso da abordagem estruturalista no ensino de línguas ou metodologias mais mecanicistas, mas de reconhecer a influência do estruturalismo nos diversos métodos com que o professor de línguas tem contato atualmente; considerando que o professor faz o uso, em sua aula, não só de uma abordagem, mas adéqua-as de acordo com seus propósitos. A metodologia constitui-se da análise de uma aula de inglês (cujo método utilizado é, majoritariamente, estruturalista) ministrada para falantes do português e de crioulos africanos de base lexical portuguesa. Temos como base também o diagnóstico, gerado a partir de questionários respondidos pelos estudantes, que busca observar a receptividade dos alunos a essa abordagem. Os resultados indicaram um panorama primário quanto à aplicabilidade da abordagem estruturalista no ensino de inglês para falantes nativos das línguas supracitadas; dando-nos, assim, uma percepção mais ampla do uso do estruturalismo aplicado ao ensino de línguas. Ressaltamos ainda que o uso dessa abordagem, de forma exclusiva e isolada, abre espaço para criticas e ponderações.

PALAVRAS-CHAVE: Estruturalismo; Ensino de L2; Português; Crioulo.



O GÊNERO TEXTUAL LITERATURA DE CORDEL COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA DE LÍNGUA PORTUGUESA

José Idésio Ribeiro COUTO (UECE)
Veleida Maria Costa COUTO

RESUMO: O presente trabalho, relato de experiência, tem como objetivo abordar o gênero textual literatura de cordel como ferramenta didática no ensino da leitura e da escrita de língua portuguesa. Para isso, foi realizada em sala de aula, uma sequência didática pelos professores do 4º Ano do Ensino Fundamental, em uma escola municipal de Fortaleza, Ceará. O trabalho mostra as contribuições da literatura de cordel desenvolvida com crianças de idade entre nove e treze anos. Para tanto, buscamos pressupostos teóricos que discutem a inclusão dos gêneros textuais como ferramenta no processo da leitura e da escrita de língua portuguesa à luz dos teóricos Cosson (2006), Rojo (2012), Rojo (2015), Bakhtin (1987), Pontes (2008), Marcuschi (1994), Bronckart (1994), Martin (2000) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (2002), diretrizes organizadas pelo governo federal para orientar a ação pedagógica nas escolas brasileiras de Ensino Fundamental e Médio. A partir de nossa orientação metodológica, a inclusão da literatura de cordel, em sala de aula, possibilita ao professor trabalhar novas habilidades e novos saberes junto aos alunos, incluindo a superação de preconceitos de ordem linguística e cultural. Como outros resultados preliminares do trabalho, verificou-se que os cordéis desenvolvidos pela turma em questão deram “vida” ao interesse dos alunos pela leitura e pela escrita, por meio do gênero textual estudado, tendo como culminância a socialização das produções para a comunidade, por meio de apresentação dos trabalhos.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura de cordel, leitura, escrita, gênero textual.


CORPUS: PROFALA E SUA UTILIZAÇÃO EM PESQUISAS ACADÊMICAS

Juliana Oliveira Barros de SOUSA (UFC)
Co-autor: Maria Elias SOARES

RESUMO: Nossa apresentação divulgará o corpus PROFALA: Variação e Processamento da Fala e do Discurso Análises e Aplicações e suas utilizações em estudos linguísticos. O corpus visa disponibilizar um banco de dados do português falado em países africanos de língua oficial portuguesa (os PALOP´s) e no Timor-Leste, de modo a possibilitar a análise descritiva, sob a perspectiva dos aspectos fonético-lexicais, morfossintáticos, semântico-pragmáticos e discursivos da Língua Portuguesa, numa visão sociolinguística, geolinguística e discursiva, além de comparações relativas a outras variedades da língua, visando a uma discussão de Políticas Linguísticas para o português, tornando, assim, a consulta dos dados, até agora coletados, acessível ao público comum e aos estudiosos destas áreas. A constituição desse corpus surgiu após o ingresso de estudantes africanos e timoreses na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e na Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio da realização do Processo Seletivo de Estudantes Estrangeiros (PSEE). Para a elaboração do corpus o Grupo de Estudos Profala adaptou o questionário ALIB (Atlas Linguístico do Brasil) usado para direcionar as entrevistas feitas com vinte informantes/ estudantes de cada país, divididos em duas variantes: Tempo de permanência do Brasil e Gênero. Tendo como base aportes teóricos, como Labov (1972a) em que as pesquisas sociolinguísticas devem analisar a língua como um sistema condicionado não apenas por fatores inerentes à langue, mas por fatores sociais, e Calvet (2007) que apontam para uma política linguística que considere a inter-relação entre língua e sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: PROFALA; ESTUDANTES AFRICANOS E TIMORENSES; PRODUÇÕES.



GRAMÁTICA CONTEXTUALIZADA: UM EXEMPLO DE USO NA SALA DE AULA.

Kaline Moreira Lemos (UECE/FECLESC)
Clerson Soares Vitor

RESUMO: O presente trabalho objetiva mostrar uma sequência didática seguindo as orientações a respeito da gramática contextualizada, de Irandé Antunes (2014), segundo a qual qualquer ponto gramatical deve ser examinado em contexto, ou seja, a partir da ideia de funcionamento da língua escrita nos textos escritos em diversos gêneros textuais em circulação na sociedade. Será exposto um exemplo vivenciado na disciplina de Prática como Componente Curricular III: O ensino de gramática, no Curso de Letras da FECLESC/UECE. A proposta é descrever uma aula que proporcione aos estudantes notar como as figuras de linguagens estão presentes na publicidade. Assim, busca-se motivar professores a – por meio do material utilizado, dos procedimentos e do relato de experiência – elaborar sequências didáticas seguindo a concepção proposta por Antunes, tornando suas aulas mais significativas e menos amparadas na memorização de regras gramaticais. O exemplo a ser apresentado mostrará que a gramática não é algo que existe fora do uso da linguagem, como também a linguagem não existe fora da gramática (ANTUNES, 2014). Mesmo que o falante não tenha consciência formal das regras e nomenclaturas gramaticais, toda sua interação, por meio da linguagem, é regulada por uma gramática que aprendemos no nosso meio social. Portanto, o professor de língua portuguesa deve desenvolver a competência comunicativa dos alunos, tratando de melhorar e ampliar a escrita, a leitura e a oralidade (ANTUNES, 2014).

PALAVRAS-CHAVE: Gramática - Contextualizada - Ensino – Didática



PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA APLICADAS A UM MINICURSO PREPARATÓRIO PARA O ENEM

Kethleen de Almeida CLAUDINO (UECE)

RESUMO: Dentre as grandes mudanças ocorridas no cenário educacional brasileiro e as variadas formas de acesso ao ensino superior destaca-se o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Representando em números a importância de sua aplicação em todo o país, segundo dados repassados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em 2015, o exame teve um público aproximado de 7,7 milhões de inscritos e 25,5% de abstenções. O ENEM contempla variados campos de conhecimento que trazem consigo uma noção prática de aplicação e a área de linguagens se direciona a um lugar de destaque devido principalmente ao grande número de informações acessadas através de diversas mídias. O presente trabalho é um relato oriundo da disciplina de Estágio Supervisionado II do curso de Letras – Inglês da Universidade Estadual do Ceará (UECE), cujo objetivo era a aplicação de um minicurso preparatório para o ENEM em uma instituição pública de ensino médio. Para tanto, a metodologia consistiu na discussão dos tópicos teóricos; constituição de um banco de questões elaboradas pelos próprios alunos da disciplina; formulação de um projeto de execução do minicurso; e por fim, a aplicação do mesmo. Os resultados demonstraram um maior interesse dos alunos participantes do minicurso em exercitar as competências e habilidades requeridas para o exame e através disso, desmistificou a dificuldade de se trabalhar a prova de língua inglesa do ENEM. Espero que a experiência ora relatada possa contribuir para o intenso exercício de formação de professores e para o ensino/aprendizagem de línguas adicionais.

PALAVRAS-CHAVE: Exame Nacional do Ensino médio; Minicurso Preparatório; Formação de Professores.



ESTUDO COMPARATIVO DA FUNÇÃO SOCIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA NO DIZER DE ESTUDANTES ORIUNDOS DE ANGOLA E DE GUINÉ-BISSAU

Klébia Enislaine do Nascimento e SILVA (UFC)
Maria Elias SOARES

RESUMO: No presente estudo, investigamos, comparativamente, a função social da língua portuguesa, na fala de estudantes de graduação, oriundos de Angola e de Guiné-Bissau, integrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs), de acordo com entrevistas retiradas do corpus do Projeto Variação e Processamento da Fala e do Discurso: análises e aplicações (PROFALA). O projeto está disponibilizando um banco de dados do português falado nos PALOPs e no Timor-Leste. Seguimos, nesta investigação, os pressupostos teóricos da perspectiva sociointeracional, associada à figura de Bakhtin (2004), na qual a interação linguística deve ser concebida como um processo sobretudo social, de troca comunicativa, que veicula valores, crenças, ideologias, na produção de efeitos de sentido entre interlocutores. Seguimos, também, as pesquisas de Candé (2008), Couto e Embaló (2010), Intumbo (2012), Oliveira (2013) e Carioca (2014), que abordam questões referentes á situação da língua portuguesa em contextos lusófonos. Para nossa análise, utilizamos um recorte constituído por vinte entrevistas de estudantes universitários de cada um dos países citados, especificamente, elegemos a seguinte questão que compõe o questionário metalinguístico, adaptado pelo grupo PROFALA: “Qual a importância da língua portuguesa em sua vida?”. Em uma análise preliminar, verificamos que, no dizer dos entrevistados, a principal função social que a língua portuguesa exerce em Angola difere da principal função social que ela exerce em Guiné-Bissau.

PALAVRAS-CHAVE: Língua Portuguesa; PALOPs; PROFALA.



PRÁTICAS DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NA SALA DE AULA DO ENSINO E APRENDIZADO DA LÍNGUA FRANCESA NA UNILAB

Lamba GOMES (UNILAB)
Filinto Bonté CÓ

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo relatar as experiências vividas na sala de aula no que se refere ao ensino e ao aprendizado de língua francesa. O aporte teórico da pesquisa contempla, sob uma perspectiva crítica do ensino, autores como (Almeida-Filho, 1993), (Germain, 1993), (Paulo Freire, 2001). As experiências didáticas desenvolvidas em sala de aula para o ensino da língua francesa quando comparada ao processo de ensino de línguas mais privilegiados aqui no Brasil, como no caso do inglês e do espanhol, línguas cujo contato dos alunos é mais evidente, nota-se que não se pode seguir os mesmos modelos usados para ensinar estas línguas, mas tentar buscar um modelo mais adequado para a língua francesa, razão pelo qual foi possível resgatar a reflexão de Freire, que advogou acerca da importância de conexão da aprendizagem e autonomia, tentando incorporar a própria realidade vivida pelos aprendizados com o novo método que responde evidentemente as necessidades dos aprendentes. Há, dessa forma, uma complexidade em ensinar uma língua em um espaço onde ela não é falada com frequência, por vezes os alunos correm o risco de serem só ouvintes e não colocarem em prática aquilo que estão aprendendo. No entanto, sob uma perspectiva sócio interacional que leva em conta métodos conversacionais da língua em uso, os alunos podem mais adequadamente generalizar as situações vivenciadas para diversas circunstâncias, isto sem perder de vista as qualidades que um professor da língua estrangeira deve possuir com o intuito de cativar o interesse dos estudantes.

PALAVRAS-CHAVE: Língua Francesa; Ensino-Aprendizado; Desafios.



CLARICE LISPECTOR: ANÁLISE COMPARATIVA DOS CONTOS “AMOR” E “A BELA E A FERA OU A FERIDA GRANDE DEMAIS”

Leandro Lopes SOARES (URCA)
Cássia da SILVA

RESUMO: Clarice Lispector é uma das maiores vozes da Literatura Brasileira. Seus textos chamam a atenção do leitor por suas características singulares e por sua linguagem particular e sedutora. Famosa por criar personagens aparentemente comuns, porém cercadas de conflitos existenciais, a autora consegue descrever minuciosamente o psicológico das mesmas, direcionando as atenções para os efeitos causados por determinado fato do que para o fato em si. O presente trabalho tem como objetivo principal fazer uma análise comparativa entre os contos Amor e A Bela e a Fera ou A Ferida Grande Demais, estabelecendo relações de semelhança e diferenças entre estes dois textos, baseando-se em alguns estudiosos da literatura lispectoriana, Kadota (1997), Rosenbaum (2006), Lima (2009), entre outros, à luz de Nitrini (1998) e Carvalhal (1999). Inicialmente faremos um breve apanhado sobre a história do conto apresentando as principais características desse gênero textual. Em seguida analisaremos cada conto separadamente, destacando seus pontos principais e as epifanias existentes em cada um. Por fim compararemos os dois textos e apresentaremos as conclusões a que chegamos sobre nossos estudos. Concluímos que os contos, além de partilharem pontos em comum, dialogam também com outros escritos da autora e de outros escritores comprovando assim a forte inspiração que uma obra tem sobre outra na atividade literária.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Clarice Lispector; Conto; Epifania.



USOS TRANSIDIOMÁTICOS E IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS

Marcos Alberto Xavier BARROS (UECE)

RESUMO: Este trabalho pretende investigar como os usos transidiomáticos, no contexto dos novos arranjos comunicacionais via Internet, se relacionam a ideologias linguísticas. Partindo de uma visão crítica de linguagem, que questiona a noção de pureza da língua, estamos experienciando novos contextos de uso da linguagem no mundo virtual, o que tem levado muitos autores a dizer que vivemos em uma Superdiversidade (VERTOVEC, 2007; BLOMMAERT; RAMPTON, 2011). As ideologias linguísticas (BLOMMAERT, 2014) perpassam todas as práticas linguajeiras, e, no mundo virtual, há vários elementos multimodais que permitem múltiplas compreensões. Após a discussão teórica do construto Superdiversidade / usos transidiomáticos e da consideração acerca das ideologias linguísticas, serão analisadas imagens de postagens da Internet, que permitem exemplificar essas novas relações via rede.

PALAVRAS-CHAVE: Usos transidiomáticos; Ideologias linguísticas; Internet.



HISTÓRIA E LITERATURA NO CONTEXTO MOÇAMBICANO

Maria Cesalânia Pereira dos SANTOS (UNILAB)

RESUMO: A proposta deste trabalho é discutir sobre o que é História e o que é Literatura e refletir sobre o alcance e os limites entre esses dois campos na obra Vinte e Zinco de Mia Couto (1999), Se consistir em dois campos de conhecimentos distintos, de que modo eles dialogam? Como a História pode ajudar na compreensão de um texto literário e vice e versa? A literatura é uma área que tem por popularidade narrar eventos ficcionais enquanto que a história por se tratar unicamente dos acontecimentos verdadeiros e incontestáveis. O registro literário do 25 de abril, a Revolução dos Cravos, tal como se manifestou e foi sentida pelos moçambicanos. Apontar-se as questões que esses campos de conhecimento convergem e divergem e, o que podem ser considerados de história na versão de Mia Couto. A metodologia baseia-se na leitura bibliográfica através dos autores como: José Veríssimo, Benjamin Abdala Junior e Luiz Costa Lima, Linda Hutcheon que discutiram o assunto. Portanto, através dos diálogos e de várias acepções do termo Literatura e História, nota-se que esses dois ambientes de narração dialogam. E o estudo mostra como o texto literário usa dos recursos que legitimam os acontecimentos históricos para sua narrativa literária. O evento é único mais a maneira de discursar resulta em varias versões.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura e História; Moçambique; Vinte e Zinco.



RELAÇÕES DE GÊNERO NA ESCOLA: UM DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR

Maria Marilene Banhos NOGUEIRA (Universidade Federal do Ceará)
Co-autor: Anna Karina Cavalcante de OLIVEIRA
RESUMO: O relato de experiência refere-se ao projeto Núcleo de Estudos de Gênero, desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, de Fortaleza, desde março de 2015. A proposta preliminar consistiu em realizar uma reflexão acerca das relações existentes entre educação e a categoria gênero. Como pensar as relações sociais associadas ao debate de gênero na escola? O projeto segue formatos de pesquisa, roda de leitura, roda de conversa, oficina, dramatização, palestra, cine debate, aula de campo, história de vida, etc. As metas do projeto consistem em ampliar a investigação, o senso crítico e a visibilidade da temática na escola. Um referencial teórico crítico-reflexivo sobre a temática está em processo de formação. De um lado, Eva Alterman Blay ao afirmar que a escola não pode se isolar dos processos culturais na busca de uma equidade de gênero; do outro, o estudo das ideias de Mirian Pillar Grossi, que compreende gênero como construção cultural das características de masculinidade e feminilidade. Diante deste quadro, os resultados preliminares em análise na escola são: projeto como decisão política, com fortes repercussões pedagógicas; convite do grêmio estudantil para uma roda de conversa sobre gênero e sexualidade; solicitação de debates sobre diversidade, machismo e homofobia; e identificação da violência contra a mulher como conteúdo curricular de domínio das educadoras envolvidas no projeto. A perspectiva pedagógica garantiu uma ação interdisciplinar. Ademais, o registro segue na busca de aproximação, para o exercício da questão de gênero, com a base que vai garantir sua sustentabilidade: ‘alunxs’.

PALAVRAS-CHAVE: Gênero. Educação. Ensino Médio. Escola Pública. Estudos Interdisciplinares.



AS FORMAS DE TRATAMENTO ENCONTRADAS NAS FALAS DOS PLAYERS (JOGADORES E NARRADORES DE JOGOS DE VÍDEO GAME DO YOUTUBE)

Maria Mayara Gomes de OLIVEIRA (UFC)

RESUMO: Este trabalho objetiva analisar as formas de tratamento encontradas nas falas dos players, que são jogadores e narradores de vídeo game nas plataformas de PS3, PS4 e XBOX 360, XBOX ONE. Seguindo o modelo de análise da variação linguística, proposto inicialmente pelo americano Willian Labov, em suas cinco etapas que têm o objetivo de sistematizar o “caos” provocado pela língua falada como um sistema devidamente estruturado que propicia a formulação de regras gramaticais variáveis, a partir do sistema linguístico de probabilidades. O estudo sociolinguístico quantitativo foi feito a partir das análises de vídeos encontrados no canal aberto Youtube. Dentre os fatores levados em consideração estão: as regiões a qual pertenciam os players, onde ficou constatado que somente nas regiões sul e sudeste existiam corpus minimamente suficientes para serem analisados, as diferenças entre os anos em que foram “postados” os vídeos, que revelou que os primeiros vídeos de cada players apresentavam uma porcentagem pequena do uso de formas nominais de tratamentos e ,nos vídeos mais atuais, o numero de formas mais que duplicou, já que os fatores como a idade e a diferença de sexo não foram levados em conta, pois os players escondem sua real identidade e a maior parte das análises encontradas eram de pessoas do sexo masculino, enquanto as de sexo feminino eram de menor número, não sendo possível a formação de um corpus.

PALAVRAS-CHAVE: variação; sociolinguística; players; quantitativo.



AS CRÔNICAS NO COTIDIANO ESCOLAR

Maria Selta PEREIRA (UECE)

RESUMO: O presente trabalho surgiu após a proposta de projeto de Leitura do Escritor Laé de Sousa. Este dava o suporte para o desenvolvimento do projeto com os recursos: livros didáticos de sua coleções e já pertencente aos seus projetos, fichas, questionários e foldes. E subsídios para orientações pedagógicas para os professores da área específicas tais como Português e Literatura. O projeto foi aceito pelos professores e tinha como tema “Minha Escola lê”, visando incentivar os educandos a despertar para o prazer de lê, e fazer que este se reconheça como parte da sociedade que exige de cada um, que sejam bons leitores. Metodologia utilizada foram atividades relacionadas ao projeto, pesquisa bibliográfica, construção do diário itinerante e o uso do paradidático “Nos Bastidores do Cotidiano”, de Laé de Sousa, que traz diversas crônicas como suporte para leitura. E foram participantes 120 alunos do 6º ano A,B,C,D. Para refletir as ações colaborativa trouxemos como referencial Cavalcnte(2002) que subsidia com encantamento da literatura no cotidiano da criança e da juventuide,Cunha(1974),Machado(2001),Cassany(2008), que traça todo um conhecimento nos diferentes textos e suas construções e por fim Jolibert(2006) que dar a continuidades da construção do processo da leitura e escrita para além dos muros da escola. E outra contribuição de suma importância foram os resultados satisfatórios diante de uma realidade desafiadora no processo da leitura e escrita.

PALAVRAS-CHAVE: Crônicas. Leitura. Escrita.



ESTRATÉGIAS NA APRENDIZAGEM DA PRONÚNCIA DO ESPANHOL POR ALUNOS BRASILEIROS

Maria Solange de FARIAS (UERN)

RESUMO: A primeira tentativa de definição de estratégias foi feita por Selinker (1972) ao afirmar que existe na mente do aprendiz uma estrutura psicológica latente que se ativa quando o adulto tenta produzir ou entender orações em uma língua diferente da sua. No seu estudo, destaca as estratégias como dois dos cinco processos centrais que se ativam quando o estudante tenta aprender uma língua estrangeira. A partir de então, as estratégias costumam ser entendidas como procedimentos e planos mentais utilizados pelo aluno para facilitar e promover o processo de aquisição ou comunicação na língua que aprende. Levando em consideração a importância, no contexto da abordagem comunicativa, das estratégias para o processo de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, esta pesquisa tem como objetivo analisar que processo estratégicos de aprendizagem e comunicação utilizam os estudantes brasileiros ao aprender a pronúncia do espanhol e mostrar as impressões desses estudantes sobre as facilidades/dificuldades na aprendizagem da pronúncia desse idioma. Esta pesquisa se caracteriza como qualitativa descritiva porque descreve os processos psicológicos subjacentes à aprendizagem do espanhol sem fazer nenhuma interferência no fenômeno; nela, utiliza-se como instrumento de coleta de dados uma entrevista aplicada a 30 alunos de dois níveis distintos de aprendizagem. Os resultados permitem afirmar que na ausência de conhecimentos sobre a pronúncia do espanhol, os aprendizes brasileiros, nos dois níveis de aprendizagem, fazem uso do ensaio como processo estratégico de aprendizagem e da redução funcional, da cooperação e da recuperação como estratégias de comunicação.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Pronúncia, Estratégias.



BREVE ANÁLISE DA ABORDAGEM DO GÊNERO ARTIGO ACADÊMICO EM MANUAIS DE ORIENTAÇÃO DA ESCRITA CIENTÍFICA

Maria Vanessa Batista LIMA (UECE)

RESUMO: Produzir textos acadêmicos parece ser uma tarefa bastante complexa, principalmente, para os estudantes recém-ingressos na universidade (BEZERRA, 2012). Tendo em vista as dificuldades encontradas por alunos iniciantes na academia no que concerne à escrita dos gêneros acadêmicos, decidimos analisar alguns manuais de orientação da escrita científica. Para tanto, apresentamos, neste trabalho, uma investigação prévia de uma pesquisa de mestrado em andamento no Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada-UECE sobre a análise da abordagem do gênero artigo acadêmico em manuais de orientação da escrita científica. Nesse sentido, analisamos o capítulo sobre o gênero artigo dos seguintes livros: “Produção textual na universidade” de Désirée Motta-Roth e Graciela R. Hendes (2010), “Artigos científicos” de Maurício Gomes Pereira (2014), e o “Manual de artigos científicos” de Hortência de Abreu Gonçalves (2013). O objetivo deste estudo é verificar como esses manuais de escrita acadêmica exploram a questão do contexto de uso social do gênero artigo acadêmico, se fazem referência às diferenças entre culturas disciplinares. Como embasamento teórico utilizamos os conceitos de Comunidade discursiva de Swales (1990) e Cultura disciplinar de Hyland (2000). Preliminarmente, concluímos que essa pesquisa pode dar suporte tanto aos estudantes como os professores no tocante à escolha de manuais sobre a escrita acadêmica que auxiliem de forma mais eficaz a produção dos gêneros na universidade.

PALAVRAS-CHAVE: Artigo acadêmico, escrita científica, cultura disciplinar



O SAGRADO E O PROFANO NAS UNIDADES FRASEOLÓGICAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DO PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA.

Maria Viviane Matos de LIMA (UFC)

RESUMO: Estabelecer relações pertinentes entre fraseologia e cultura é extremamente relevante no processo de ensino e aprendizagem de uma língu, pois aprender uma língua inclui entender como se configura sua cultura. Ao se tratar do aprendiz de língua estrangeira devemos considerar o fato de que esses estudantes enfrentam dificuldades para compreender algumas expressões em língua não-materna. Devido a sua não composicionalidade semântica, as unidades fraseológicas requerem uma didática adaptada ao contexto de ensino para que sua apreensão seja eficaz. Para abordar o ensino de português como língua estrangeira atrelado aos estudos fraseológicos, tratamos de fazer um recorte das unidades que dizem respeito ao sagrado e ao profano. Para mencionar alguns exemplos, destacamos: ave Maria/ Deus me livre/ comer o pão que o diabo amassou/chuta que é macumba etc. Um dos aspectos que perpassam língua e cultura está relacionado ao campo do sagrado e do profano. Há, no que concerne aos fraseologismos, uma variada gama de amostras que apontam para a importância que as unidades fraseológicas sacralizadas ocupam na constituição de uma comunidade linguística. Além de fazer um levantamento das unidades fraseológicas sacralizadas do português brasileiro, pretendemos refletir sobre a importância desses fraseologismos para o processo de ensino e aprendizagem do português como língua não-materna. Considerando que essas unidades são marginalizadas nesse contexto de ensino, julgamos ser pertinente tal reflexão e acreditamos que devemos caminhar rumo a uma abordagem didática pertinente ao contexto, que poderá ser alcançada se dermos a devida importância aos estudos fraseológicos.

PALAVRAS-CHAVE: Fraseologia, Português, Língua Estrangeira, Cultura



DÊIXIS E TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA

Marilde Alves da SILVA (UFC)

RESUMO: Os textos sincréticos ou multimodais são aqueles que associam mais de uma semiose, que instauram uma necessidade de uma abordagem que contemple o verbal e o não verbal. Isso implica em mudanças significativas para o estudo do texto. Primeiro, na década de cinquenta, Jakobson propõe o termo Tradução Intersemiótica (TI), que diz respeito a possibilidade de transpor um texto verbal para outra semiose. Esse conceito é desenvolvido na década de oitenta por Plaza. Segundo, Linguística textual (LT) reviu seu conceito de texto para contemplar os textos não-verbais, de modo a conceber o texto como atividade interativa de profunda complexidade, fundamentada tanto pelos elementos presentes quanto por sua forma de organização, além de postular uma mobilização entre vários saberes e sua reconstrução (CAVALCANTE; CUSTÓDIO FILHO, 2010). Nossa proposta é verificar como a dêixis, fenômeno amplamente estudado em LT, é transposta de um texto verbal para o texto sincrético história em quadrinhos: Moreira Campos em quadrinhos, publicado em 1995 pelas edições UFC. A investigação revelou que a coerção da linguagem dos quadrinhos proporcionou ora o apagamento da dêixis ora uma reestruturação dela a partir do elemento plástico, que algumas vezes é auxiliado pelo gestual. Para esse estudo nos apoiamos em Cavalcante (2000,2011,2012,2014), Cavalcante e Custódio (2010), Felix (2012) e Leal (2015).

PALAVRAS-CHAVE: Dêixis.Tradução intersemiótica. HQ



IDENTIDADE NACIONAL NA OBRA  “A DOLOROSA RAIZ DO MICONDÓ”, DE CONCEIÇÃO LIMA

Marlene Arminda Quaresma JOSÉ (UNILAB)

RESUMO: Esse trabalho trata de uma pesquisa acerca da discussão da identidade nacional na obra “A Dolorosa Raiz do Micondó” (2012), de Conceição Lima. A pesquisa objetiva compreender a relação existente entre um momento pontual na história de libertação da África: o massacre de Batepá. Partindo do pressuposto defendido por Said (2005), a arte literária nos dá a autoridade de construir um sentimento de pertencimento a uma identidade nacional, promovendo a liberdade humana e o conhecimento. Dessa maneira, os poemas dispostos nessa obra cumprem o papel de reescrever a realidade africana e, em particular, a de São Tomé e Príncipe, inscrevendo a poética de Conceição Lima no processo de compreensão das alteridades e diversidades sociais do continente africano. A pesquisa bibliográfica foi amparada nos escritos de pesquisadores e críticos da literatura. Os vazios históricos, no que diz respeito ao passado, foram reestruturados ao se fixarem no imaginário de identidade nacional, resgatando a ancestralidade africana e construindo a identidade nacional híbrida são-tomense.

PALAVRAS-CHAVE: Identidade, Nacionalidade, Violência.



LETRAMENTO LITERÁRIO DE JOVENS: A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA DE MASSA

Mateus Rodrigues Costa Ramalho de OLIVEIRA (UFC)

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo investigar e tecer comentários a respeito da importância da literatura de massa para o letramento literário do jovem. Devido à atual preocupação dos profissionais de Letras com o fato de que a escola não vem se mostrando eficaz na formação de leitores, buscou-se em Todorov (2014) a motivação para que se aposte na literatura de massa como ferramenta no sentido de desenvolver, inicialmente, o prazer e o hábito de leitura, permitindo, posterior ou mesmo concomitantemente, ampliá-lo no jovem, de modo que esse busque também as leituras literárias, ou seja, a leitura daquelas obras a que se chama artísticas. Utilizou-se para este trabalho o conceito de literatura de massa comentado por Sodré (1988), entendendo-o adequado para qualificar as obras que representam hoje as principais escolhas dos jovens leitores. A partir da pesquisa bibliográfica realizada, pôde-se então perceber o quanto é necessária a literatura de massa para a formação de jovens leitores.

PALAVRAS-CHAVE: Letramento literário. Literatura de massa. Jovens leitores.



ADULTÉRIO, INVEJA E LOUCURA: OS LAÇOS DE SANGUE ENTRE AS PERSONAGENS DE DOM CASMURRO E OTELO

Maurílio Alves ROCHA JÚNIOR (UNILAB)
Celeste Cristina de Andrade DELFINO

RESUMO: A presente análise tem como eixo central buscar evidências de parentescos entre as obras “Dom Casmurro” de Machado de Assis (1994) e “Otelo” de William Shakespeare (S\N). A justificativa desta evidência é que o narrador em “Dom Casmurro” (1994) mostra vestígios de evidências com a peça de William Shakespeare,Otelo (S\N), assim, deduz-se lanços de semelhanças entre as obras literárias. Deste modo, para que a pesquisa tendesse a ter um caráter de comparativismo, foi utilizado método de literatura comparada com os estudos dos organizadores Eduardo F. Coutinho e Tania Franco Carvalhal (2011), uma vez que tratam este estudo como um elemento que busca evidências entre obras de literaturas distintas. Também foram utilizados os conceitos de Norman Friedman (2002), Luís Alberto Brandão Santos (2001), Anatol Rosenfeld (2011), Roberto Schwarz (1991) e Antoine Compagnon (2012).Os resultados apontaram que as relações de parentesco entre as obras destacadas são nítidas, uma vez que ambas mostram o mesmo elemento para o encadeamento do clímax que é a “traição, ciúme, inveja e loucura”. Bentinho com o seu ciúme doentio pela sua amada, Capitu, e Iago com a inveja e a vingança de destruir a tríade amigável e amorosa: Otelo, Desdêmona e Cássio.Conclui-seque existem elementos de parentescos entre as obras Dom Casmurro (1994) e Otelo (1918). Um destes elementos é o discurso das personagens, ou seja, Bento Santiago tem laços de sangue com o astucioso Iago, visto que as próprias ações mostradas na narração deixam de forma clara uma linha de parentesco com a de Iago, mostrando o quanto ele quer dizer ao leitor “não me acusem”.

PALAVRAS-CHAVE: Bento Santiago, Iago, laços de parentescos entre as personagens



A FORMAÇÃO DO OUVINTE COMPETENTE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

Mayara Menezes VIANA (UECE)
Francisco JACINTO JUNIOR

RESUMO: Segundo os Documentos Oficiais da Educação Básica brasileira, o ensino de Línguas Estrangeiras, no Brasil, tem uma função social: formar cidadãos críticos. Desse modo, este trabalho, focado no ensino da língua espanhola, propõe que a compreensão auditiva pode contribuir significativamente para lograr tal objetivo, já que, se desenhada adequadamente – selecionando da melhor forma os tipos de input, bem como as atividades – é possível motivar o estudante e transformá-lo em um ouvinte competente. Fundamentado em Berges (2004), Lynch (1996), García (2002) e Skinner (1972), o presente trabalho tem por objetivo mostrar a importância da dinamização das formas de ensino, apresentando modelos de atividades tendo por base a ciência experimental do comportamento, denominada Análise do Comportamento, no processo de aprendizagem auditiva da língua espanhola por alunos da escola pública.

PALAVRAS-CHAVE: Ouvinte competente. Compreensão auditiva. Atividades. Análise do Comportamento.



CLUBE DE FRANÇAIS À l´UNILAB: DIVERSIDADE LÍNGUÍSTICA COM FOCO NA INTERCULTURALIDADE

Meire Virginia Cabral GONDIM (UNILAB)
Rayne Paula do NASCIMENTO

RESUMO: O contexto multicultural da UNILAB autoriza-nos a refletir criticamente acerca do ensino e da aprendizagem de língua estrangeira no sentido de convocar para sala de aula, outras variações linguísticas, no caso, variações de países do continente africano que falam o idioma francês. A razão de se considerar não apenas o francês europeu acontece devido ao contato que o público-alvo manteve com países francófonos de fronteira. Por essa razão, este trabalho objetiva analisar as variações de ordem fonético-fonológica de quatro professores/bolsistas e dez estudantes advindos dos países africanos que participam de Projeto de Extensão: Clube de Français: francophonie à l´UNILAB do segundo e do terceiro módulo do Francês Básico. Os leitura dos dados indicam que as variações de “u” como em “t”/y/ no francês europeu é falada como /u/, uma vez que sofre interferência forte do português. Esse exemplo estende-se a outras palavras como “vu”, particípio do verbo “voir” e “lune”, além de muitas outras em que a semi-vogal “u” aparece. Em vista disso, é relevante salientar que essas variações não se constituem “erro” de pronúncia, ideia ainda propagada nos cursos em que não valorizam a diversidade cultural e linguística no ensino, pois são variações legítimas que devem ser respeitadas e ensinadas, perspectiva baseada no uso e na valorização da diversidade sociocultural.

PALAVRAS-CHAVE: Língua francesa; Variação; Ensino-aprendizagem.



O MACHISMO NO CONTO DEVANEIOS E EMBRIAGUEZ DUMA RAPARIGA EM LAÇOS DE FAMÍLIA”, DE CLARICE LISPECTOR

Michelle Andrade ARAÚJO (UNILAB)
Cintia Raianny CARNEIRO

RESUMO: O Machismo torna-se cada vez mais inerente. A condição da mulher assume, hoje, um destaque na literatura universal. No Brasil, a temática começou a ser examinada no final dos anos sessenta, período em que o feminino se impôs em todas as áreas do conhecimento, procurando situar as/os principais autoras/es frente à questão da mulher. A obra de Clarice Lispector constrói suas personagens femininas, inquietas e insatisfeitas com sua condição de mulher imposta pela sociedade patriarcal. Historicamente, o homem sempre foi o sujeito central, e todas as outras posições estavam de certo modo subalternas a ele. No conto, Devaneios e Embriaguez duma Rapariga, do livro Laços de família, de Clarice Lispector, a personagem principal absorve todo esse contexto social machista que é refletido em suas ações cotidianas. Entre devaneios e realidade a história vai sendo costurada com criticidade. O objetivo do artigo é marcado por preocupações sociais e questões existenciais, ratificando a falta de importância da mulher na sociedade contemporânea, por causa do machismo e por si própria, não importando a época e, sim, somente a formatação com que é demonstrada. Afinal, analisar pontos feministas, não deve ser considerado apenas político ou social, mas também literário. E é o que no decorrer desse artigo, será utilizado como fonte de pesquisa para identificar posições de gênero neste conto.

PALAVRAS-CHAVE: Lygia Bojunga, literatura infantil, morte. 



O TRANSIDIOMA E A MULTIMODALIDADE NA AULA DE LÍNGUA ESPANHOLA

Michelle Soares PINHEIRO (UECE)
Antonia Dilamar ARAÚJO

RESUMO: O presente trabalho é baseado em um relato de experiência docente em que trabalhamos com os estudantes o transidioma e a multimodalidade na aula de Língua Espanhola em uma escola pública estadual. O objetivo principal foi instigar e sensibilizar para uma reflexividade linguística (MOITA LOPES, 2013) dos alunos adolescentes da rede pública de ensino da capital cearense na sala de aula. O referencial teórico é pautado nos eixos temáticos: superdiversidade e transidioma (MOITA LOPES, 2013; BLOMMAERT, 2012; BLOMMAERT; RAMPTON, 2011); multimodalidade e multiletramentos (BEZEMER; KRESS, 2010; JEWITT, 2010; SOARES, 2002; ROJO, 2012). Utilizamos como aporte metodológico a pesquisa-ação, em que aplicamos uma atividade de produção de um texto multimodal para cada dupla de alunos e posteriormente analisamos as produções multimodais dos estudantes. Salientamos que os referidos textos dos alunos representaram os usos transidiomáticos e a multimodalidade nas práticas sociais deles. Os resultados foram: os usos transidiomáticos dos alunos foram permeados pelos idiomas inglês, espanhol, português, “cearensês” e “internetês”; a maioria dos textos multimodais apresentava elementos imagéticos e verbais, na construção de sentidos, bem como os alunos lançaram mão de aspectos modalizadores da escrita, tais como o tamanho, a tipografia e as cores das letras para realçar significados semióticos; três textos multimodais representaram as mídias digitais, ou por elementos imagéticos ou por caracteres escritos. Diante do exposto, acreditamos que os usos transidiomáticos devem estar presentes, principalmente nas aulas de língua estrangeira, a fim de sensibilizar os alunos em prol de uma visão sociolinguística emancipatória.

PALAVRAS-CHAVE: Transidioma; Multimodalidade; Experiência docente.



BIBLIOTECA ESCOLAR: O ESPAÇO PEDAGÓGICO DE DIREITO LEGALIZADO À LEITURA E À ESCRITA

Midiã Leão OLIVEIRA (Centro Universitário Tiradentes/Maceió)
Rosilania Macedo da SILVA

RESUMO: Este artigo é parte dos estudos realizados do Trabalho de Conclusão de Curso da pós-graduação em Inspeção Educacional, pelo Centro Universitário Tiradentes (Unit), em Alagoas. Partindo da experiência enquanto docente da rede pública de Maceió e dos conhecimentos adquiridos na pós-graduação, a pesquisa é guiada pelas problemáticas: Qual são os obstáculos para a implantação de bibliotecas em escolas públicas? O que falta para que promovam a real promoção de leitura e de escrita? Objetiva-se a descortinar os motivos da pouca oferta de bibliotecas em escolas públicas dentro dos padrões de qualidade pedagógica, preceituados por normativos e observando a funcionalidade das existentes, no que tange os âmbitos legais e pedagógicos. O trabalho enquadrado na pesquisa qualitativa, se desenvolveu a partir da pesquisa bibliográfica incidindo em estudos de autores, como Kuhlthau(1998) e Campello (2014). E também se apoiou na pesquisa documental, a partir de estudos da Lei 12.244 de 2010 e resoluções do Comed/Maceió. Diante do exposto, conclui-se que pode haver desconhecimento dos normativos sobre o dever de ser implantadas bibliotecas dentro de padrões que proporcionem aquisição e prazer da leitura e da escrita. Vê-se ainda certa escassez de profissionais habilitados para o atendimento nesse espaço pedagógico. Isto pode ser um empecilho na condução da promoção da leitura e da escrita com prazer na escola.

PALAVRAS-CHAVE: Biblioteca escolar; Leitura; Escrita; Legalidade; Escola pública.



DA LEITURA PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA ENVOLVENDO O GÊNERO REPORTAGEM E O TEMA DO TURISMO NO SERTÃO CENTRAL

Miguel Leocádio ARAÚJO NETO (UECE/FECLESC)

RESUMO: Este trabalho discute o trabalho com leitura, a partir do foco em gêneros textuais específicos, como vetor para as práticas escolares de produção textual nesses gêneros. A base para uma associação entre o ensino de leitura e escrita reside no interacionismo sociodiscursivo (BRONCKART, 2009), enquanto teoria que fomenta uma prática pedagógica situada e que ajuda a construir reflexões tanto sobre a compreensão de como se processa a leitura (KLEIMAN, 2000) quanto sobre seus usos escolares, tomando por base suas funções (ANTUNES, 2009) e seu papel nas interações sociocomunicativas. Além disso, o interacionismo tem contribuído para o surgimento de reflexões acerca dos processos e estratégias que envolvem a produção textual (KOCH, 2011). Nesse sentido, objetiva-se associar atividades que, em geral, têm ocorrido de forma isolada na escola (OLIVEIRA, 2010; ANTUNES, 2003). Tal associação de práticas e saberes pode superar a tradicional primazia do ensino mecânico de gramática (memorização de normas e nomenclaturas da variante considerada padrão, Cf. BAGNO, 2015), com resultados mais expressivos no tocante à promoção da competência comunicativa do aluno. À guisa de aplicação prática da reflexão iniciada, pensou-se uma sequência didática que envolve leitura orientada de textos informativos e jornalísticos e promoção do processo de produção escrita dentro de um tema de interesse social e local – “Possibilidades para o turismo no Sertão Central cearense” – tendo a reportagem como gênero textual enfocado. Esta sequência visa a servir de modelo experimental para a efetivação de um trabalho escolar que envolva as concepções da interação pela linguagem.

PALAVRAS-CHAVE: Leitura, Produção Textual, Interacionismo Sociodiscursivo, Sequência didática



PENUMBRA, DE ADALBERTO NAZARETH, EM O CONSERVADOR: EDIÇÃO INTERPRETATIVA

Nair Caroline Santos RAMOS (UNEB)
Maria da Conceição Reis TEIXEIRA

RESUMO: Adalberto de Assis Nazareth (1902-1965), negro, médico, espírita e escritor. Contribuiu ativamente com textos poéticos para o periódico baiano O Conservador, este, por sua vez, foi um dos principais meios de difusão cultural do município de Nazaré das Farinhas – BA, nas primeiras décadas do século XX. Objetiva-se, no presente estudo, apresentar a biografia deste importante cidadão brasileiro rejeitado por seus contemporâneos, explanar a relevância dos estudos filológicos para o resgate e edição “os seus achados”, em especial, dos encontrados nos arquivos públicos, decadentes e desamparados pelo Estado, e expor uma proposta de edição interpretativa da prosa Penumbra, resgatada do periódico já citado. O artigo é fruto do projeto de pesquisa Edição e Estudo dos Textos Literários e Não Literários Publicados em Periódicos Baianos, idealizado e coordenado pela Profa. Dra. Maria da Conceição Reis Teixeira.

PALAVRAS-CHAVE: Resgate e edição, Adalberto Nazareth, O Conservador.



MOSAICOS DE PAPEL: O USO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS NO ENSINO DAS ARTES

Nixon Gleyson Melo de ARAUJO (UECE)
Osnelly Mendonça OSÓRIO

RESUMO: Num mundo em que a sustentabilidade e a conservação dos recursos são cada vez mais urgentes, a composição de obras de artes a partir de materiais alternativos ganha cada vez mais espaço tanto nas artes plásticas, quanto nas salas de aula. Deste modo, o presente trabalho tematiza a análise do processo de criação de obras nas Oficinas de Mosaicos de Papel ministradas na Unilab nos anos de 2015 e 2016, tendo como base a releitura de obras de artes renomadas. A referida oficina usa materiais alternativos (papel reciclados, jornais, revistas, folders e materiais promocionais) associando técnicas de mosaicos e de colagem e tem como objetivo principal o desenvolvimento do senso artístico de cada participante, como forma de expressão do seu mundo e de sua cultura de forma criativa tomando contato ainda mais com a história da arte no intuito de gerar um conhecimento e um aprendizado mais amplo da Arte. No presente trabalho, abordaremos conceitos técnicos e históricos da colagem, dos mosaicos como arte, dos gêneros literários e das formas como conhecimento das obras de artes. Abordaremos ainda os modos como o processo criativo pode favorecer o aprendizado, ampliando a visão crítica da sociedade e a leitura de mundo dos sujeitos.

PALAVRAS-CHAVE: ensino de artes; mosaico; colagem; arte criativa.



REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE AFRICANIDADE NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO

Paulo Cesar Alves GARCIA (UNILAB)

RESUMO: Este trabalho é um recorte do projeto de pesquisa desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Humanidades da UNILAB e objetiva analisar os conceitos de representação social e africanidade a partir da análise de textos que integram as coleções de História indicadas pelo Programa Nacional do Livro Didático do ano de 2015. Para dar conta deste objetivo, revisitaremos os postulados de Moscovici (1976), Jodelet (2001), Doise (2001), Abric (1994) e Flament (2001), no que se refere ao conceito de representação social, e de Munanga (2007), no que se refere ao conceito de africanidade. Executar-se-á, assim, uma retomada das ideias fundantes destes autores a respeito dos referidos conceitos, a partir de análise prévia do corpus de nossa pesquisa. Por fim, levando-se ainda em consideração o cenário pós-implantação da lei 10.639/03, pretende-se refletir sobre como as representações sociais relacionadas à africanidade têm sido reproduzidas em livros didáticos de História selecionados para esta pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: Representação social, africanidade, livro didático.



MITOLOGIA E A TRADIÇÃO ORAL COMO UMA DAS PRIMEIRAS FORMAS DE CONHECIMENTO HUMANO

Paulo Henrique da SILVA (UECE)
Renê Fenelon XAVIER

RESUMO: O trabalho a seguir objetiva levantar uma discussão sobre o papel da mitologia no processo de compreensão de mundo. A mitologia é uma das primeiras formas de entendimento da realidade, e para isso, recorre a experiências sensíveis a fim de responder o mundo a sua volta. Os seres humanos sempre tiveram a necessidade de conhecer. E na antiguidade não foi diferente, os primeiros homens buscavam suas respostas no sobrenatural para os acontecimentos cotidianos. Parece-nos nítido, que o homem primitivo não teria argumentos lógicos, ou sequer tempo, haja vista suas crescentes necessidades vitais, para debruçar-se sobre questões tão abstratas como uma divindade que estivesse situada além de seu mundo sensível, apenas pela busca do conhecimento como um fim em si mesmo. O motivo deve ser mais palpável e inserido naquele cotidiano difícil e violento onde a sobrevivência era a maior das preocupações. O que importava de fato era ter um deus para pedir uma boa colheita, um para o amor, outro para acalmar as tempestades, e assim sucessivamente. E é nesse contexto que a mitologia adentra em suas realidades, afim de uma explicação do real através do imaginário. Para tal trabalho utilizamos leituras em diversos autores dentre eles: José Benedito de Almeida Júnior, Giovanni Reale e Junito de Souza Brandão.

PALAVRAS-CHAVE: MITOLOGIA, CONHECIMENTO, ORALIDADE



DO ARRAIAL PORTUGUÊS A LISBOA, A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS REPRESENTADOS EM HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA.

Rafael Martins NOGUEIRA (UNILAB)

RESUMO: O presente trabalho buscou analisar a organização dos espaços representados pela estória na obra de José Saramago, História do Cerco de Lisboa (1989) em contextos históricos distintos, Idade Média e Século XX, o primeiro, descrito por Raimundo Silva, um revisor, que contesta a versão oficial do Cerco de Lisboa, que teria se realizado pelos cristãos, na retomada dos árabes. É-nos, de interesse, perceber as transformações que ocorreram nestes espaços conforme a distância destes, do século XII ao século XX. Por meio de uma narrativa portuguesa, “História do Cerco de Lisboa” (SARAMAGO, 1989), analisaremos os espaços em contextos históricos diferentes, sua construção e a organização a partir da leitura de autores como Bachelard (1989), Guattari (1990), Hayden White (1995), Yu Fu Tuan (1980, 1983) com seu conceito de topofilia e Walter Benjamim (2000), analisamos a obra “História do Cerco de Lisboa” (1989), de José Saramago. Buscando discussões pautadas nestes autores e suas ideias de espaços em contextos históricos e outras discussões levantadas na obra. Percebemos que o espaço e a sua representação em aspectos como personagens, ações e lugares, fomenta discussões pertinentes. Cada personagem com suas ações influenciavam os lugares onde estavam inseridos e desta forma, rendiam uma construção de enredo ambiental intermitente entre Personagens > Ações > Lugares. Compreendemos que existe uma ação que interfere na construção do espaço. Estas intermitências são produzidas pelas ações destes agentes, que sem eles não haveriam distorções ou reorganizações no espaço, revelando questões pertinentes para as discussões sobre literatura, meio ambiente, em contextos históricos distintos.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Meio ambiente; Construção e organização de espaços.



A LITERATURA COMO FORMA DE ENGAJAMENTO POLÍTICO EM JEAN-PAUL SARTRE - BREVE ANÁLISE EM O MURO.

Renê Fenelon XAVIER (UECE)
Paulo Henrique da SILVA

RESUMO: A reação dos intelectuais, escritores e artistas diante das guerras é reveladora de sua concepção filosófica e de seu engajamento político. A novela intitulada “O Muro”, nos interessa mais particularmente e se destaca, no que se refere à sua relação à Guerra Civil Espanhola. “O Muro” foi inicialmente publicado na N.R.F. (Nouvelle Revue Française) em julho de 1937, escrita um ano após o início dessa guerra. Nesta obra Sartre faz uma crítica ao governo espanhol, porém não se distancia de sua proposta inicial. Seu engajamento político esta intimamente ligada a sua concepção existencialista. A principal questão colocada é, de fato, a do “depois”. A situação encenada por Sartre, a de homens diante de sua própria morte, permite ao autor introduzir seu ateísmo e sua concepção filosófica da Existência. O ponto em comum aqui, entre a escrita filosófica e a literatura é a experiência do conflito. Em Sartre, a existência é vista como uma possibilidade de escolha intencional da consciência e não um valor pré-estabelecido. O método é fazer um paralelo entre a filosofia e a literatura com base na fenomenologia da existência.

PALAVRAS-CHAVE: Sartre, Política, Literatura



LITERATURA E ORALIDADE: APROXIMAÇÕES ENTRE TEXTOS AFRICANOS E O CORDEL BRASILEIRO, OLHARES SOBRE A PRODUÇÃO POPULAR NO ENSINO MÉDIO

Rita de Cássia ALENCAR (UNILAB)

RESUMO: Com as argumentações e proposições desta comunicação, pretende-se relacionar textos literários africanos, advindos de produções vinculadas à oralidade, principalmente das línguas crioulas, à produção literária popular de base oral brasileira, instrumentalizada pelo cordel no Nordeste. Contribuindo, desta forma, para a construção de um breve panorama dos desdobramentos das conjunturas sociais e políticas, em países lusófonos, nas produções de autores como Odete Costa Semedo, na Guiné-Bissau, e Patativa do Assaré, no nordeste brasileiro, afirmando com isso as tradições da oralidade também como instrumentos de resistência. Dessa forma, pretende-se evidenciar as cenas da literatura de resistência nos cordéis populares e nos poemas africanos. As reflexões deste trabalho, estão ligadas às vivências do ensino da literatura, nas suas novas possibilidades, aos estudos propostos pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, no subprojeto de Letras, intitulado “Encontros com África pela via da literatura”, que desenvolve suas atividades em escolas de ensino médio das cidades de Redenção e Acarape, estado do Ceará. Cumprindo, assim, a tarefa de promover e difundir ações relacionadas a promoção da cultura, história e literatura de África e da diáspora africana. Propiciando assim, experiências com a literatura africana e afro-brasileira nas aulas de Linguagens/Literatura.

PALAVRAS-CHAVE: Palavras-chave: Cordel; Oralidade; Práticas de ensino




“QUEM SOU EU?” NÃO SOU O NEGRO(A) DO “NAVIO NEGREIRO”: O OLHAR SOBRE O NEGRO(A) NOS POEMAS DE CASTRO ALVES E LUIZ GAMA

Rosely Vieira de JESUS (UNEB)

RESUMO: O presente trabalho visa discutir sobre a vida e obra de Luiz Gama, um dos autores mais importantes do século XIX, que se destacou sublimemente na luta pelos direitos dos africanos, povo do qual era descendente. Pretendemos analisar seu lugar no círculo canônico brasileiro fazendo um comparativo entre a poesia sua poesia resistente e sarcástica e a poesia do negro vítima de Castro Alves. Esse trabalho observa porque Luiz Gama tem seus escritos e feitos ainda pouco discutidos em detrimento de outros autores como Castro Alves que é considerado o “Poeta dos Escravos” e constantemente revisitado nos espaços acadêmicos e escolares. Nas academias por muito tempo não se falava sobre autores negros e poesia negra com amplitude. Como novos estudos, a Literatura Afrodescendente vem ocupando seu espaço. Nesse trabalho faremos um breve passeio sobre a trajetória de vida de Luiz Gama, o espaço que este ocupa e sobre a poesia resistente que tinha como principal estilo o sarcasmo, utilizado pelo autor com maestria. Assim, esperamos que esse autor que possui uma obra tão rica, seja analisado e estudado com mais amplitude em nossas Academias e também nos espaços escolares pela atualidade de seus escritos e pela contribuição que estes ainda podem dar no que diz respeito a questões como resistência, poesia, consciência e identidade.

PALAVRAS-CHAVE: Luiz Gama; Poesia; Vitimização; Resistência; Castro Alves.



PANORAMA DA LITERATURA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Ruth Moraes ALMEIDA (URCA)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma breve análise de como percorreu a literatura africana de expressão portuguesa, não só no aspecto territorial, de país em país, mas na perspectiva de como foi difícil seu grito de libertação cultural. Pretendeu-se através deste trabalho contribuir para edificação da literatura africana, reconhecendo a negritude como traço de união, traçado em nosso sangue, fortalecendo-nos. A metodologia utilizada deu-se através de pesquisa bibliográfica, no qual fundamentou-se nas obras de ERVERDOSA (S/A), CHAVES (2005), CANIATO (2005), TAVARES (1999), ROBERTO PONTES (1999), MEDEIROS (1998), Agostinho A. Neto(1976). É necessário portanto, uma re-memorização do verdadeiro valor do africano na história do Brasil, reconstruindo nas escolas a História e a cultura africana, no qual está assegurado na lei 10.639 de 2003, resultados das grandes conquistas de afros-descendentes brasileiros, valorizando seus ideais, nossa raça e cultura deve ser repensada pois os africanos aqui no Brasil são o concreto do nosso passado e espelho para o futuro de uma nova geração livre de preconceitos, resgatando as contribuições da nação africana nas mais diversas áreas da construção da nossa história.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Africa; Cultura Africana; Valorização Cultural



“O REAL E O FICCIONAL EM MEMORIAL DO CONVENTO, DE JOSÉ SARAMAGO”

Solange Maria Soares de ALMEIDA (UFC)

RESUMO: Memorial do Convento apresenta, como pano de fundo, o reinado de Dom João VI e a construção do Convento de Mafra, em Portugal, no início do século XVIII. Neste romance, Saramago não trata dos grandes feitos do rei ou da onipotência do Convento; e sim dos esquecidos, dos excluídos, de tudo que foi perdido e destruído em prol da vontade do Estado e da Igreja, duas instituições dominantes e opressoras. E de que forma o autor constrói a sua história? Da mesma forma que todas as outras são construídas: através do que é real e do que é ficcional. Afinal, quem preenche os espaços vazios existentes em um relato histórico, senão a literatura? Tem sido assim desde a Ilíada, de Homero. E é deste entrelaçamento histórico-literário que Saramago faz nascer uma história “verdadeira” e “mágica”, capaz de desestabilizar um passado idealizado e desvelar “verdades” ocultas pelos portugueses, ao longo dos tempos.

PALAVRAS-CHAVE: História. Literatura. Entrelaçamento.



EDIÇÃO DE DOCUMENTOS ANTIGOS: UMA PRÁTICA PARA A CONSERVAÇÃO DA MEMÓRIA DE UM POVO

Ticiane Rodrigues NUNES (UECE)

RESUMO: A Filologia é uma ciência interdisciplinar que investiga textos escritos, contribuindo para a preservação da memória e da história da sociedade quando prepara a edição e o estudo de documentos conservados em arquivos, passando esses documentos por uma transcrição que torna o seu conteúdo acessível para leitura e investigação científica. A coleta de escritos antigos possibilita a constituição de corpora para pesquisas de linguistas, historiadores e outros pesquisadores que se atêm aos textos históricos, visto que o estado de preservação do suporte material e de outras características codicológicas e também paleográficas do testemunho original dificultam e desestimulam o trabalho com os documentos. Conservar o patrimônio documental da humanidade através de edições filológicas é possível e necessário (QUEIROZ, 2006). No entanto, também é preciso ter cuidado ao se editar um texto, pois já tem sido averiguado que os textos passam por mudanças no decorrer do processo de sua transmissão (CAMBRAIA, 2005), uma vez que “editar um texto consiste em reproduzi-lo lançando-se mão de variados graus de mediação” (TONIAZZO at al., 2009, p. 45). No âmbito dos estudos filológicos desenvolvidos no Brasil, o tipo de edição mais comumente adotada por grupos de pesquisa é a semidiplomática (transcrição fiel ao documento com adoção de procedimentos que facilitem o processo de leitura). Portanto, neste trabalho, tratamos da edição textual como uma prática preservacionista que visa à conservação da história e da memória do povo cearense em tempo pretérito, discutindo os procedimentos que caracterizam o processo de edição, os modelos de edição e a importância dos textos para os diversos estudos.

PALAVRAS-CHAVE: Edição filológica. Preservação de documentos. História e memória.



FRASEMÁRIO LITERÁRIO: COLETA, ORGANIZAÇÃO E DATAÇÃO DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS NOS ROMANCES REGIONAIS

Vicente de Paula da Silva MARTINS (UVA)

RESUMO: As obras literárias são uma importante fonte de registro escrito das expressões idiomáticas. Através das unidades fraseológicas (dos compostos aos provérbios), sabemos mais sobre a cultura de um povo, de seu comportamento social e do dialetismo. A presente comunicação descreve dois trabalhos concluídos de iniciação científica no âmbito do Projeto Frasemário Literário (FL), de caráter interdisciplinar, por envolver estudos linguísticos e literários a partir de pressupostos teóricos da Fraseologia Geral (ZULUAGA, 1980; CORPAS PASTOR, 1996; e FULGÊNCIO, 2008) e a elaboração de dois glossários fraseológicos.Os glossários foram desenvolvidos ao longo de doze meses a partir das leituras de dois romances regionais (OLYMPIO, 1929; e PAIVA, 1952). Primeiramente, foi feita a digitação das duas obras a partir de suas primeiras edições. Em seguida, foram feitos estudos fraseológicos e realizado o trabalho de constituição de um corpus escrito de frasemas regionais (respeitadas as ortografias epocais), separado por capítulo em cada obra, com a apurada elaboração manual de fichas lexicográficas contendo as seguintes informações microestruturais: classificação fraseológica, definição, contexto de uso e eventuais comentários sobre o uso e a gramática dos verbetes selecionados. Os dados linguísticos levantados revelam um rico frasemário com entradas bem diversificadas de expressões idiomáticas, na sua maioria, de cunho regional. Na etapa final da pesquisa, espera-se a reedição semidiplomática dos dois romances com inserção de um Glossário Regional no final das referidas obras.

PALAVRAS-CHAVE: frasemário; regionalismo lingüístico; fraseologia; literatura regional



A LINGUAGEM REGIONAL/POPULAR DE ZÉ VICENTE DA PARAÍBA: GLOSSÁRIO LÉXICO-SEMÂNTICO DA OBRA “ENRIQUECE O JUÍZO DO POETA O CAIR DE UMA NOITE NO SERTÃO”

Wellington Lopes dos SANTOS (UFPB)

RESUMO: As letras das canções de viola configuram-se como importantes instrumentos para os mais diversos estudos de natureza linguística. A linguagem poética, nessas obras, revela em seus versos o acervo vocabular inerente a uma determinada comunidade linguística. Nesse sentido, investigar a linguagem de uma comunidade de falantes é, acima de tudo, estudar a riqueza lexical proferida por um povo que habita uma região específica e que apresenta aspectos socioculturais próprios. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem o objetivo principal de elaborar um glossário regional/popular, de natureza léxico-semântica, da cantiga de viola: enriquece o juízo do poeta o cair de uma noite no sertão, de autoria do poeta, cantador de viola e cordelista, Zé Vicente da Paraíba. A obra, gravada no CD Viola e Amigos, retrata, sobretudo, a vivência do autor no sertão da região nordeste do Brasil. A fundamentação teórica abarcou os pressupostos da Sociolinguística (COSERIU, 1987), Lexicologia (OLIVEIRA; ISQUERDO, 2001), Lexicografia (BIDERMAN, 2001) e Semântica (MARQUES, 1996).

PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística. Semântica. Lexicologia. Lexicografia.


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